Ministro das Finanças britânico admite "assistência adicional" da UE à Grécia
O ministro das Finanças britânico, George Osborne, disse este domingo, em entrevista, que o plano dos ministros das Finanças europeus para a Grécia pode envolver recursos adicionais da zona euro.
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Numa entrevista ao canal de televisão BBC, citado pela agência de informação financeira Bloomberg, Osborne disse que os Estados-membros da União Europeia estão a acompanhar a situação da Grécia, num momento em que surgem rumores sobre uma eventual reestruturação da dívida soberana face às dificuldades do país em cumprir os seus compromissos para com os credores.
Para o governante, a difícil situação da Grécia pode mesmo "envolver a assistência adicional, por exemplo, da zona euro", disse, acrescentando que "não é inevitável" que a Grécia entre em incumprimento.
Osborne afirmou ainda que não ouviu quaisquer comentários sobre o regresso da Grécia ao dracma, seja "em privado ou em público", depois de o jornal alemão Der Spiegel ter noticiado na sexta-feira que a Grécia estava a ameaçar abandonar a zona euro.
Em 2010, foi concedido à Grécia um empréstimo de 110 mil milhões de euros pela Comissão Europeia, Estados-membros e Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de um programa de medidas para sanear as contas públicas.
No entanto, a situação da Grécia continua complicada, pelo que já este ano foi adiado o prazo para o país pagar o empréstimo, de 2015 para 2021 mas com juros mais altos.
Ainda assim, começam a circular rumores sobre um aumento da ajuda financeira ou a compra de dívida grega pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira.
Como contrapartida, dada a provável oposição de alguns Estados-membros a ajuda extra, a União Europeia pode exigir à Grécia colaterais como garantia, sejam activos ou receitas resultantes da sua venda.
A exigência de garantias já tinha sido pedida pelo ministro das Finanças da Finlândia, Jyrki Katainen, em troca do empréstimo à Irlanda, no valor de 85 mil milhões de euros, em Novembro de 2010.
As taxas de juro da dívida soberana grega têm estado a bater máximos no mercado secundário desde que, em meados de Abril, líderes alemães não descartaram uma eventual reestruturação da dívida grega.
A Grécia tem este ano de pagar 22 mil milhões de euros aos credores que detêm obrigações soberanas, enquanto 33 mil milhões têm de ser devolvidos em 2012.
O défice grego atingiu os 15,4 % do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, um recorde para a zona euro. Em 2010, caiu para 10,5 % e este ano o Governo socialista grego estipulou a meta de 7,4 % de modo a atingir os 3 % em 2014.
A dívida do país deverá atingir o pico de 159 % do PIB em 2012.