O ministro das Finanças de Chipre, Michalis Sarris, considerou, este sábado, que se verificaram "progressos significativos" nas conversações com a 'troika' para assegurar um resgate financeiro do país.
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"Foram feitos progressos significativos para chegarmos a acordo com a 'troika'", afirmou Sarris, que está reunido com representantes da UE, do Banco Central Europeu e do FMI para discutir o resgate financeiro do país, que pode obrigar a uma taxa sobre de 25% sobre os depósitos bancários superiores a cem mil euros.
A reunião será retomada às 16 horas (14 horas em Portugal continental).
Além da controversa taxa, Sarris e a delegação da troika abordaram os acordos votados na sexta-feira no Parlamento de Nicósia, que são parte do plano para resolver a crise financeira do Chipre.
Sarris confirmou, este sábado, ao canal de televisão grego Mega que está em cima da mesa um imposto até 25% sobre os depósitos acima dos 100 mil euros no Cyprus Bank, o banco que foi deixado de fora na restruturação aprovada pelo Parlamento na noite de sexta-feira.
O Parlamento cipriota aprovou na sexta-feira uma série de leis, entre as quais está a reestruturação do Laiki Bank.
Segundo informações de alguns meios de comunicação cipriotas, a troika pressionou para que se aplique um imposto de 25% sobre o Cyprus Bank, caso contrário, este banco sofreria o mesmo destino do Laiki Bank.
Entre as leis aprovadas, está uma que permite a restrição de movimentos de capitais, com o objetivo de evitar a saída de dinheiro no momento em que os bancos abram na terça-feira.
Além da reestruturação do Laiki Bank, foi criado um Fundo Nacional de Solidariedade, ao qual se destinará parte das reservas dos fundos de reformados e do seguro médico dos funcionários públicos.
O fundo estará aberto a doações de cidadãos e de empresas privadas, podendo incluir, posteriormente, a oferta da Igreja Ortodoxa cipriota, que se ofereceu para hipotecar as suas propriedades e assim obter recursos para o Estado.
O objetivo do projeto, agora conhecido como "plano B", é reunir os sete mil milhões de euros que exige a troika e credores internacionais para a concessão de um plano de resgate de 10 mil milhões de euros.
De acordo com os meios de comunicação locais, ainda não está definido o horário de partida do Presidente cipriota, Nicos Anastasiades, e dos principais líderes dos partidos para a capital belga, onde discutiram este sábado com o Eurogrupo a polémica taxa.
No caso de ser alcançado um acordo, o parlamento poderia reunir-se para uma votação, podendo mesmo ocorrer este sábado à noite ou no domingo.