O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, anunciou, esta sexta-feira, que o Governo vai lançar em breve medidas de apoio ao interior do país, mas tal não chegou para convencer os empresários da região, que pedem "ajuda urgente".
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O governante reuniu com algumas dezenas de patrões, na Covilhã, que consideraram que o encontro "não trouxe nada de novo", numa altura em que "as empresas estão no limite" para poder sobreviver, destacou Luís Veiga, representante do movimento Empresários pela Subsistência do Interior.
Após o encontro, Álvaro Santos Pereira falou de apoios para o interior ao ser confrontado pelos jornalistas com 700 despedimentos em Castelo Branco - 400 no centro de atendimento telefónico Via Segurança Social e 300 na fábrica de componentes para automóveis Delphi.
O ministro referiu que o desemprego em Portugal "atingiu níveis muitíssimo elevados, níveis que não podemos aceitar e, por isso, temos intensificado todas as políticas ativas de emprego".
Especificamente "para o interior do país", destacou que "está a ser desenhado o programa Revalorizar, medidas de descriminação positiva e programas de desenvolvimento económico de determinadas regiões", referiu, sem entrar em detalhes.
Álvaro Santos Pereira acrescentou que as medidas serão implementadas "ouvindo os empresários, as autarquias e as populações" e remeteu-as para daqui "a breve trecho".
A reunião com o ministro da Economia não foi suficiente para animar os homens de negócios, disse à Agência Lusa, Luís Veiga, representante do movimento Empresários pela Subsistência do Interior.
No final do encontro, referiu que a visita do governante "não trouxe nada de novo, independentemente da necessidade que atribui às reformas em curso".
Luís Veiga sublinhou: "Não saio mais otimista [deste encontro]. Foi dito claramente ao ministro que as empresas estão no limite e que chegaram a um ponto de não retorno em termos da operação no interior do país".
Ou seja, "não se vislumbra outro caminho que não seja encerramento de mais empresas e a desertificação humana e, perante isso, ele não tem resposta".
Ainda na Covilhã, o ministro da Economia deveria ter presidido à assinatura do contrato de financiamento para a construção de uma nova barragem na Serra da Estrela, entre o município e o POVT - Programa Operacional Valorização do Território. No entanto, a cerimónia acabou por ser cancelada, sem qualquer explicação por parte da autarquia ou de Álvaro Santos Pereira.
O governante limitou-se a referir que "não havia condições neste momento para poder avançar" com a assinatura do contrato de financiamento.