O ministro da Economia prometeu "ser inflexível" com todas as situações anómalas no setor alimentar, avançando que a ASAE vai iniciar, esta quinta-feira, uma nova operação.
Corpo do artigo
"Vamos ser inflexíveis para com todas as situações anómalas que possam ocorrer", garantiu António Costa Silva, em conferência de imprensa no Ministério da Economia e do Mar, em Lisboa.
O ministro adiantou ainda que, desde o segundo semestre do ano passado, a ASAE realizou mais de 960 ações de fiscalização e esta quinta-feira vai iniciar uma nova operação, em todo o país, com as suas 38 brigadas.
António Costa Silva sublinhou que, nos últimos tempos, o país tem estado preocupado com o setor alimentar face à subida dos preços, numa altura em que a inflação está a descer, assim como o preço da energia e fertilizantes.
"Isto contrasta, em absoluto, com o que se passa a nível dos preços dos bens alimentares. Por isso, o Governo desenvolveu uma estratégia e está a trabalhar em seis dimensões. Respeitamos os operadores económicos, mas também respeitamos muito os direitos dos consumidores", apontou.
A primeira grande dimensão tem a ver com a atuação da ASAE no país, instituição que o ministro classificou como "excelente".
Para António Costa Silva é igualmente importante compreender a estrutura de preços do setor, desde a produção à comercialização, passando pela distribuição.
O ministro assegurou que vai ser exigida transparência neste processo, vincando ser um "benefício para todos os operadores" a disponibilização de informações à ASAE.
O Governo quer também continuar a estabelecer contactos com os representantes dos vários operadores e convocar a PARCA - Plataforma de Acompanhamento nas Relações na Cadeia Agroalimentar.
Por outro lado, vai continuar a dotar a ASAE de todas as condições e trabalhar com todos os "organismos relevantes" para este setor.
Medidas "musculadas"
O ministro da Economia e do Mar afirmou não ser muito favorável à imposição de preços ao mercado, notando que o ideal seria a autorregulação.
"Estamos a equacionar todas as opções, inclusive as mais musculadas, mas queremos tomar essas medidas na posse de toda a informação recebida", assegurou António Costa Silva.
No dia 1 de março, 38 brigadas envolvendo 80 inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) estiveram no terreno a fiscalizar os preços dos bens alimentares nos híper e supermercados, face ao aumento de 21,1% do cabaz básico no último ano, mais do dobro da inflação.
Conforme detalhou, na altura, o executivo, estiveram no terreno 10 brigadas da ASAE no Norte do país, 12 brigadas no Sul e 16 brigadas na região Centro.