A Caixa Económica Montepio Geral registou um lucro de 11,1 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, que compara com os prejuízos de 19,8 milhões de euros do mesmo período de 2016.
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No comunicado ao mercado, o banco mutualista afirmou que este lucro resulta da "recuperação dos resultados do negócio 'core' [principal] e da melhoria da eficiência da estrutura operativa".
Lucros de 7,5 milhões de euros com operações financeiras
A margem financeira aumentou 35,6% para 71,1 milhões de euros, que o banco atribui à redução do custo dos depósitos, enquanto as comissões líquidas subiram 23,7% para 26,1 milhões de euros, neste caso, diz o banco, "beneficiando da maior dinâmica de negócio".
O banco conseguiu ainda lucros de 7,5 milhões de euros com operações financeiras, que comparam com prejuízos de 4,8 milhões de euros do primeiro trimestre de 2016, que, segundo o comunicado, "incorporaram a realização de mais-valias na carteira de dívida soberana e ganhos na carteira de negociação".
O produto bancário comercial subiu 53,6% para 115,2 milhões de euros.
Quanto a despesas, o banco indica que houve uma redução homóloga dos gastos operacionais em 9,3% para 67 milhões de euros, refletindo já o impacto do processo de reestruturação que a instituição levou a cabo. No entanto, é de referir que a comparação que o banco faz não inclui no primeiro trimestre de 2016 o impacto financeiro do programa de reestruturação.
Apenas com pessoal, o banco gastou entre janeiro e março 41,8 milhões de euros, menos 25,8% face ao mesmo período do ano passado.
Significativa redução de pessoal nos últimos 12 meses
O banco teve uma significativa redução de pessoal nos últimos 12 meses. A Caixa Económica Montepio Geral tinha no final de março deste ano 3592 trabalhadores, menos 201 do que em março de 2016. Já todo o grupo Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) tinha 4156 funcionários, neste caso menos 174 do que há um ano.
A maior parte da redução de pessoal foi feita em 2016, quando o Montepio levou a cabo processos de saídas, sendo que no primeiro trimestre deste ano saíram quatro pessoas do banco e no conjunto do grupo há o aumento de um trabalhador, segundo os dados da instituição.
Já em termos de rede comercial, a Caixa Económica Montepio Geral tinha, no final de março, 325 balcões em Portugal, menos dois do que em dezembro e 58 do que em março de 2016.
Em termos de balanço, os depósitos caíram 4% na comparação homóloga para 11.592 milhões de euros no final de março.
Também o crédito a clientes (bruto) diminuiu, neste caso para 14.991 milhões de euros, o que significa menos 3,2% face ao período homólogo de 2016 e menos 0,3% face a 31 de dezembro de 2016, com o banco a dizer que isto se deve ao desempenho da atividade em Portugal "em resultado de uma exigente política de 'repricing' [preço do crédito] e de gestão do risco na concessão de crédito".
O Montepio diz que tem 98,7% do crédito em Portugal e pouca exposição a Angola e Moçambique, onde também tem operações.
O banco indica ainda uma descida do rácio de crédito em risco para 15,1%, face aos 15,2% de dezembro, e o aumento da cobertura por imparidades para 53,8% e para 122% consideradas as garantias hipotecárias.
Em termos de rácios de solvabilidade, no final de março, o rácio CET1 situou-se em 10,2%, abaixo dos 10,4% de dezembro de 2016, isto com as regras transitórias em uso para calcular este indicador.
Quanto à atividade internacional do Grupo CEMG, a informação divulgada através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) indica ainda que o Finibanco Angola teve lucros 4,3 milhões de euros, acima dos 3,9 milhões de euros do primeiro trimestre de 2016, enquanto o moçambicano BTM diminuiu os prejuízos para 37,5 mil euros, face aos 67,5 mil euros do primeiro trimestre de 2016.
Já o Banco MG Cabo Verde lucrou 73,1 mil euros, abaixo dos 186,8 mil euros do período entre janeiro e março de 2016.