A agência de notação financeira Moody's reviu em baixa o "rating" da Caixa Económica Montepio Geral, bem como a sua perspetiva, que passou de estável para negativa.
Corpo do artigo
A informação foi divulgada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
A revisão em baixa da nota atribuída à capacidade de respeitar os compromissos de longo prazo (depósito e dívida), de b1 para b3, foi justificada com a deterioração da condição geral creditícia do Montepio, designadamente, em termos de riscos e rentabilidade do ativo, que, por junto, se traduziu no enfraquecimento da sua capacidade de absorção de riscos.
Apesar da força daquela descida da nota, em dois graus, de b1 para b3, o "rating" da instituição financeira já se encontrava na categoria de investimento especulativo, o designado "junk" (lixo), passando agora do quarto para o sexto nível.
Ao mesmo tempo, e da mesma forma, a Moody's reviu a nota que atribui, que designa por opinião, à perspetiva que tem sobre aquela capacidade também em baixa, passando de estável para negativa.
Em termos gerais, a classificação atribuída à capacidade de o banco resistir, sem ajuda, também foi revista em baixa, desta vez de b3 para caa1, isto é, passou do sexto para o sétimo nível.
Esta última opinião, nos termos da Moody's, "reflete a profunda deterioração nos fundamentos de crédito, nomeadamente em termos de risco e rentabilidade do ativo, que enfraqueceu a capacidade do banco absorver riscos, apesar do recente aumento de capital em 270 milhões de euros".
A Moody's também incorporou na sua opinião os esforços do banco para reestruturar as suas operações, alertando porém para a possibilidade de os seus benefícios demorarem tempo a concretizar-se "dado o fraco ambiente operacional em Portugal e os limitados recursos de capital do Montepio".