Entre os milhares de pequenos investidores (acionistas e obrigacionistas) que se sentem lesados com o desfecho do BES, e a sua divisão em "banco bom" e "banco mau", muitos têm ameaçadas todas as economias de uma vida.
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"As pessoas tinham planos para aquelas poupanças, que investiram com a convicção de que estavam a fazer um bom negócio, com base num conjunto de declarações públicas, inclusive do Banco de Portugal, e aconselhados pelos próprios funcionários", explicou ao Dinheiro Vivo Alberto Vaz, da sociedade de advogados Miguel Reis e Associados (MRA). Agora sentem-se espoliadas, enganadas e desesperadas com a expectativa de poderem perder tudo.
Há também empresas, nomeadamente as que foram ao aumento de capital do banco, que ficaram numa situação financeira desequilibrada, "porque as ações que compraram agora valem zero".
Só a MRA representa cerca de 160 clientes vítimas do caso BES, com um volume de perdas potenciais na casa dos 25 milhões de euros, que deram origem a seis tipos de processos judiciais, entre eles civil, administrativo e criminal. Mesmo sabendo que "recuperar tudo é difícil", o objetivo é conseguir "o máximo compensatório". "No mínimo dos mínimos, que sejam reconhecidas a estes investidores não qualificados os mesmos direitos e faculdades de qualquer credor num processo de insolvência", frisou.
Até à semana passada, a Deco já tinha recebido mais de 2.300 queixas, a maioria através do questionário disponibilizado online para o efeito. "Neste momento está a ser feita uma aturada análise jurídica para traçar os caminhos que podemos percorrer para ajudar estas pessoas", avançou Tito Rodrigues, jurista da associação.
