O presidente da Semapa e acionista do antigo BES, Pedro Queiroz Pereira, disse, esta quarta-feira, que quando se fala no Grupo Espírito Santo (GES), fala-se sempre de Ricardo Salgado, líder histórico do banco.
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"Quando se fala no grupo Espírito Santo, fala-se de Ricardo Salgado. Nada se fazia sem ele. Havia uma pessoa [Salgado] que tinha de dar o 'ok'", disse Queiroz Pereira, afirmando de todo modo não ser um "apreciador" da pessoa em causa.
O empresário falava na comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do GES, que ouve as palavras do presidente da Semapa, empresa que controla a maioria do capital da Portucel.
Queiroz Pereira fez chegar no passado uma carta ao Banco de Portugal sobre a Espírito Santo Control (ES Control), 'holding' do GES que reunia as posições acionistas da família Espírito Santo e da qual Pedro Queiroz Pereira foi acionista, até ter entrado em choque com Ricardo Salgado, ex-presidente do BES.
Na documentação entregue ao banco central, o empresário comunicava dúvidas em relação às contas da ES Control e do GES.
Aos deputados, o presidente da Semana disse que percebia que "as coisas não corriam bem há muitos anos, talvez desde o início deste século", para o GES.
"As desconfianças já vinham de há 10 anos. Eu fui administrador do BES até 2001. Nesse ano pedi para sair da gestão do banco e de todos os cargos de todas as sociedades acima, exceto da ES Control", afirmou.