A base industrial do Norte é uma vantagem e não um fator de atraso, acredita Paulo Nunes de Almeida. Graças a ela, a região tem funcionado como um estabilizador do país, mitigando a crise nacional.
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O Norte tem a maior base industrial do país, é a região mais exportadora, conta com mais de metade das PME Excelência, gerou líderes como Américo Amorim ou Belmiro de Azevedo e tem um terço das maiores firmas do país. Tem ainda subido as exportações mais do que o resto do país e sido a "força motriz" da economia nacional, "impulsionando o crescimento e atrasando a recessão", disse Paulo Nunes de Almeida. Apesar disso, tem perdido riqueza.
A aparente contradição pode dever-se ao facto de não haver um Norte coeso, mas dois: um adaptado ao mundo globalizado e outro "agarrado" a formas de fazer negócio anacrónicas, admitiu o presidente da Fundação AEP, no fecho do 1.º congresso "O Norte Faz Bem", organizado pelo JN com a ajuda da Staples e da Randstad e moderado por Júlio Magalhães.
Os anos mais recentes, contudo, deixam-no otimista. A produtividade tem subido e a focalização em áreas de potencial crescimento, como as indústrias criativas ou a saúde, acena com futuros ganhos. "A região tem passado, a região faz bem e a Região Norte vai vencer", acredita.
JN com pronúncia do Norte
A conferência seguiu a linha editorial adotada pela direção do JN, em funções há pouco mais de um ano. "O JN assumiu-se como um jornal popular e de qualidade, com enfoque na Região Norte", afirmou o diretor, Manuel Tavares. Nessa linha, adiantou, o jornal tem promovido iniciativas como um "think tank", em associação com a Católica do Porto, um conselho editorial reunindo personalidades da região, barómetros que medem o pulso ao andamento do país e uma página dedicada a custos de contexto.
Às empresas presentes, esta terça-feira, na conferência, Manuel Tavares lançou o desafiou para que se associem ao jornal para celebrar o 125.º aniversário, em junho de 2013.