Novo aeroporto: Burocracia e atrasos podem fazer derrapar calendário três meses
Relatório final pode só chegar em 2024 e não no final de dezembro. Ainda só foram assinados quatro dos 25 contratos necessários para os trabalhos de avaliação da Comissão Técnica Independente, que deveriam ter arrancado em janeiro. Rosário Partidário garante que trabalho está a ser feito e atira culpas à burocracia.
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Os trabalhos da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa estão atrasados. O relatório final produzido pela Comissão Técnica Independente (CTI) poderá correr o risco de não chegar às mãos do governo até 31 de dezembro, conforme previsto na resolução do Conselho de Ministros. A culpa, garante a coordenadora do grupo de trabalho, é da burocracia.
"A terceira fase [dos trabalhos] está prevista para dezembro 2023 ou janeiro de 2024, decorrente dos dois ou três meses de atraso. Este atraso decorre das dificuldades burocráticas e administrativas que temos tido e não do nosso trabalho", garantiu esta terça-feira, Rosário Partidário durante a segunda conferência pública da CTI para a apresentação das conclusões das atividades desenvolvidas na segunda fase de trabalhos.
A demora do governo no pagamento das verbas para as contratações dos 25 estudos necessários à avaliação do futuro aeroporto da região de Lisboa é o motivo principal que fez derrapar a calendarização. Conforme o Dinheiro Vivo avançou, a ultima tranche do cheque global de 2,3 milhões de euros só chegou aos cofres do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) no final de abril, comprometendo a contratação dos estudos que deveria ter começado a ser feita em janeiro, ou seja, seis meses depois.
Rosário Partidário assumiu que as dificuldades burocráticas se referem a estes contratos. "Temos apenas quatro contratos assinados dos vinte e muitos", enquadrou. Sobre o motivo deste atraso, atirou: "Também gostava de saber, é uma das grandes questões", desabafou, atirando as responsabilidades ao LNEC. "Somos uma consequência", disse.
Mas garantiu que a CTI "está a trabalhar a um ritmo que permita entregar os estudos no final do ano". " Os atrasos estão a ser absorvidos pela nossa capacidade de resposta", garantiu, atestando que o grupo de trabalho está a fazer os possíveis para entregar o documento dentro do prazo definido.
A CTI apresentou hoje os cinco fatores críticos de decisão para avaliar as nove opções estratégicas do futuro aeroporto da região de Lisboa. A segurança aeronáutica, a acessibilidade e território, a saúde humana e viabilidade ambiental, a conectividade e desenvolvimento económico e o investimento público e modelo de financiamento são os fatores críticos de decisão que integram o quadro de avaliação estratégico.