O presidente do Novo Banco (ex-BES), Eduardo Stock da Cunha, afirmou esta quinta-feira esperar que a instituição financeira tenha lucros no próximo ano, mesmo estando em processo de venda por parte do Fundo de Resolução do Banco de Portugal.
Corpo do artigo
Stock da Cunha, que falava no almoço-conferência promovido pelo American Club of Lisbon, disse esperar "voltar aos lucros em 2016", mas que o Novo Banco ainda tem "um longo caminho a percorrer", congratulando-se pelo facto de, desde o início de atividade, em agosto, até ao final do ano passado, os depósitos bancários aumentaram 2 mil milhões de euros.
O presidente do Novo Banco adiantou igualmente que, graças a este aumento de depósitos, será possível atingir o nível mínimo exigível de 120% do rácio de transformação (crédito/depósitos) já no final do semestre em vigor.
Stock da Cunha adiantou que o aumento de depósitos permitiu que o rácio de transformação baixasse de 140% em agosto para 128% no final do ano passado. "Quando o Novo Banco começou tinha um rácio de transformação de 140%, sendo que no final do ano passado terminámos já com 128% e esperamos no final do semestre ter um rácio de transformação de 120%", afirmou.
O responsável máximo do Novo Banco referiu que definiu três linhas de rumo para o banco, entre as quais, "falar para dentro", motivando as pessoas que trabalham na instituição, aplicando bem os princípios de boa governança, aliás "um dos problemas" de que padeceu o antigo BES por "não distinguir o que é ser gestor e o que é ser dono".
Quando chegou ao Novo Banco, Stock da Cunha disse que a sua prioridade de gestão foi ter liquidez e capital, mas neste momento já tem como objetivo principal a rentabilidade.
Para isso, o gestor criou "os dez mandamentos que nos vão levar à terra prometida", conforme classificou, para assegurar que o banco poderá durar, pelo menos, até 2050. Entre os "mandamentos" está a prudência: "temos de ser prudentes com o risco que corremos porque estamos a trabalhar com o dinheiro dos clientes".