Novo corte da produção de petróleo impulsiona preço antes da reunião de comité da OPEP+
A Arábia Saudita e outros países da aliança OPEP+ anunciaram um corte conjunto de mais de um milhão de barris por dia a partir de maio, e que soma à descida de dois milhões de barris por dia já em vigor desde novembro de 2022.
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De acordo com fontes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) com sede em Viena, espera-se que a sessão de teleconferência do comité do JMMC (Joint Ministerial Monitoring Committee) do grupo das 23 nações liderado pela Arábia Saudita e pela Rússia, um órgão consultivo sem poderes de decisão, comece "por volta do meio-dia".
A Arábia Saudita e outros países da aliança OPEP+ (OPEP e aliados) anunciaram no domingo que retirarão conjuntamente mais de um milhão de barris por dia do mercado a partir do próximo mês, um corte além da descida de dois milhões de barris por dia já em vigor desde novembro de 2022.
Na sequência destes anúncios, a Rússia, que já tinha dito em março que iria reduzir a sua produção em 0,5 milhões de barris por dia, informou que iria prolongar esta medida até ao final de 2023, e o Cazaquistão informou um corte voluntário de 78.000 barris por dia.
A nova redução, que excede 1,6 milhões de barris por dia, surgiu como uma surpresa nos mercados onde a maioria dos analistas tinha dito não esperar que a OPEP+ alterasse os níveis de produção nesta altura, e suscitou críticas por parte de Washington.
"Acreditamos que estes cortes não são aconselháveis neste momento, dada a incerteza no mercado e deixámos isso claro", disse à Efe um porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca.
Como esperado, os "preços do petróleo" já reagiram com aumentos acentuados e alimentaram o receio de que a energia volte a provocar inflação, que se mantém elevada.
Após a abertura do mercado de futuros de Londres, o preço de um barril de petróleo bruto Brent subiu para 83,63 dólares, mais 4,8% do que no fecho da sexta-feira (79,77 dólares).
A Agência Internacional de Energia (AIE) e a OPEP estimam que a oferta global de petróleo irá ultrapassar em muito a procura no semestre em curso, enquanto o consumo irá acelerar à medida que o ano avança, atingindo um nível recorde de cerca de 102 milhões de barris por dia.