O Classe E, um dos modelos mais importantes da Mercedes-Benz, chega agora ao mercado com uma aposta forte na eletrificação, no conteúdo tecnológico e um novo coupé - o CLE - que assegura a substituição de dois modelos: o C e o E. Metade dos modelos são híbridos plug-in e mesmo a mecânica Diesel é um híbrido parcial.
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A gama, que terá motores de quatro e de seis cilindros, é composta pelas carroçarias Limousine, Station, All-Terrain, Cabriolet - que chegará em abril - e o CLE, estando disponível nas versões E200 (gasolina), E 220d , E220 D 4Matic (diesel e esta última com tração às quatro rodas), todas com uma hibridização ligeira (parcial, na denominação da marca) e nas versões híbridas plug-in E300 e, E 300 e 4Matic e E 400 4Matic, estas últimas com uma autonomia elétrica que pode chegar aos 117 quilómetros.
A nova Classe E teve apresentação ibérica nos arredores de Évora numa unidade hoteleira apenas acessível por sinuosas estradas secundárias. Bom comportamento, sem exceção, das unidades ensaiadas, nenhuma delas com potência a exigir maior atenção do condutor, materiais de alto nível, montagem rigorosa e equipamento (de conforto e de segurança) pletórico.
Esteticamente, o CLE é o mais apelativo (talvez mesmo mais que o cabrio), mas o formato de carroçaria cria algumas dificuldades na hora de aceder para os bancos traseiros e, mais ainda, quando tentamos sair.
Na nossa deslocação até à sede da Mercedes-Benz Portugal, em Sintra, utilizamos um E 200, com um motor a gasolina de 204 cavalos, com mais 23 de potência extra extraídos do motor de arranque / alternador integrado (ISG). À ida, conseguimos um consumo de 5,9 l/100 km e, no regresso, feito a um ritmo mais elevado, registamos 6,2 l/100 km. Números que dizem bem da eficácia da hibridização parcial.
Destacamos, ainda, a postura serena em estrada, o conforto e os sistemas de ajuda à condução do modelo, que estava equipado com um opcional muito cobiçado, o MBUX Superscreen, que se espraia em frente ao passageiro e se estende até ao display central.
Estética
O novo Classe E está equipado de série com faróis LED de alta performance, remetendo-se os Digital Light para a lista de opcionais, com ou sem função de projeção. R, como característica habitual da Marca, as luzes diurnas revelam a forma de uma sobrancelha.
Um painel preto liga a grelha do radiador aos faróis, um elemento que relembra os modelos da marca Mercedes-EQ, enquanto a grelha do radiador tridimensional é progressiva ou clássica, em função da versão de equipamento selecionada.
Na traseira destaque para os grupos óticos em LED bipartidos com um novo contorno e design especial: a estrela em ambos os farolins proporciona um design especial de dia e de noite.
No interior destaca-se o já referido MBUX Superscreen e a secção frontal do painel de instrumentos que é iluminada pela faixa de luz da Iluminação Ambiente Ativa, que se estende em forma de arco desde o para-brisas, passando pelos pilares A e terminando nas portas.
O painel central da porta une-se ao apoio de braços e a sua secção frontal foi concebida como um elemento metálico que pode ser utilizado como pega auxiliar ou puxador da porta, incorporando os interruptores dos vidros elétricos.
Mecânica
Metade dos modelos serão híbridos plug-in de quarta geração e a gama de motores inclui unidades de quatro e de seis cilindros. Além da sobrealimentação, os motores diesel e a gasolina integram assistência inteligente de um motor de arranque / alternador integrado (ISG) sendo híbridos parciais. A nova bateria permitiu aumentar a potência do motor elétrico de 15 para 17 kW, enquanto o binário suplementar foi aumentado para 205 Nm.
As versões híbridas plug-in têm uma potência elétrica de 95 kW (129 CV) e permitem uma autonomia elétrica superior a 100 quilómetros (em ciclo WLTP).
Em termos dinâmicos, cada uma das rodas dianteiras têm quatro braços de controlo e, no eixo traseiro, a suspensão é multi-link independente e otimizada com cinco braços. Em ambos os eixos, as molas e os amortecedores são combinados numa torre da suspensão e não são envolvidos no controlo das rodas.
A subestrutura dianteira e o suporte do eixo traseiro separam a suspensão da carroçaria, reduzindo significativamente as vibrações e o ruído transmitido à carroçaria. De série, as motorizações eletrificadas estão equipadas com suspensão com molas helicoidais Agility Control com sistema de amortecimento seletivo.
A suspensão pneumática Airmatic, que permite manter a distância ao solo independentemente da carga, com amortecimento continuamente ajustável ADS+ e eixo traseiro direcional está disponível como opção no pack Technology.
O Classe E pode ainda equipar-se com o eixo traseiro direcional e com a relação de transmissão mais direta da direção dianteira. O ângulo da direção no eixo traseiro pode atingir até 4,5 graus. Esta solução permite reduzir até 90 centímetros o diâmetro de viragem.
Entretenimento
O novo modelo abre a porta ao mundo da música, jogos e streaming de conteúdos, com o funcionamento dos sistemas elétricos mais baseado em software e menos em hardware, e as várias funções de computação que anteriormente estavam separadas, são agora processadas num único processador.
O pack MBUX Entretenimento Plus estará disponível e inclui os serviços Mercedes me connect e o pack de dados de um operador de comunicações móveis. Em função do mercado, é utilizado um módulo de comunicações com 5G como tecnologia de transmissão. A norma de comunicações móveis 5G permite transferir dados a velocidades muito superiores comparativamente à norma LTE/UMTS.
Novidade é a possibilidade de instalar aplicações de terceiros, como o TikTok, o jogo Angry Birds, a aplicação de colaboração Webex, a aplicação de videoconferência Zoom e o navegador Vivaldi. A plataforma de entretenimento ZYNC (opcional) oferece streaming de vídeo, conteúdos sob pedido, experiências interativas, programas locais de vídeo, desporto, notícias, jogos e muito mais nos display central e no do passageiro, através de um interface de utilizador.
Outra funcionalidade nova é uma câmara de selfie e de vídeo (parte integrante do opcional MBUX Superscreen) no topo do tablier. Quando o automóvel se encontra parado, o condutor pode participar em videoconferências online através de, por exemplo, a Webex, e tirar fotografias e vídeos.
Inteligência artificial
Também a Inteligência Artificial vai chegar à Classe E "por forma a que o automóvel aprenda quais os sistemas de conforto que os ocupantes utilizam frequentemente", refere a marca.
"No lançamento do novo Classe E, os clientes poderão utilizar modelos para rotinas padrão. Os próprios clientes também terão a opção de criar rotinas. Ao fazê-lo, os ocupantes podem associar diversas funções e condições. Por exemplo, "Ligar o aquecimento do banco e regular a iluminação ambiente para a cor de laranja viva se a temperatura do ar interior for inferior a doze graus Celsius", sublinha a Mercedes-Benz.
De série o E oferece sistemas de assistência à condução como o Assistente Ativo de Distância DISTRONIC, Attention Assist, Assistente Ativo de Travagem, Assistente Ativo de Faixa de Rodagem, Pack Parking com câmara de marcha-atrás e Assistente de Limite de Velocidade. O estado e a atividade dos sistemas de assistência à condução são apresentados numa vista de ecrã total no modo assistência do monitor do condutor.
No que diz respeito à segurança passiva estão disponíveis, além dos airbags do condutor e do passageiro dianteiro, um para os joelhos do condutor e airbags de cortina para reduzir o risco do impacto da cabeça com o vidro lateral ou a penetração de objetos.
Se, por exemplo, for detetado um capotamento, eles podem ser ativados em ambos os lados. Além da proteção da cabeça, também podem proteger a área do tórax na eventualidade de uma colisão lateral severa – incluindo nos bancos traseiros laterais (opcional).
O preço das versões Limousine começa nos 63 900 euros, a Station custa a partir dos 66 100 euros, a All Terrain 77 300 euros e o CLE 62 150 euros. A exclusividade do cabrio fá-lo custar a partir dos 61 400 euros.

