Oficiais das Forças Armadas acusam Governo de "extorsão" com mais um aumento na ADM
O presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas, Pereira Cracel, classificou esta quinta-feira como "esbulho e extorsão" o aumento de 2,5 para 3,5 por cento das contribuições para o subsistema de saúde militar (ADM).
"Trata-se da prática objetiva de extorsão, é o que isto significa", afirmou Pereira Cracel, manifestando repúdio pela aprovação, em conselho de ministros, de uma proposta de aumento de 2,5 para 3,5 por cento dos descontos para os subsistemas de saúde dos funcionários públicos e dos militares.
Pereira Cracel sublinhou que os descontos para a ADM tinham aumentado de 2,25 para 2,5 por cento em 2013 para entrarem em vigor a 1 de janeiro do ano corrente, uma situação que "já era grave" e que já havia suscitado entre os oficiais "sentimentos vivos de indignação".
"Recebemos mensagens de associados que nos manifestam já sentimentos vivos de indignação e que se aproximam em muitos casos da revolta", advertiu, acrescentando que "as pessoas não estão a conseguir respeitar os compromissos financeiros assumidos".
Apesar da "desmotivação e da descrença", Pereira Cracel adiantou à Lusa que militares na reserva e na reforma estão a enviar cartas ao Presidente da República e chefes militares para alertar para a "as consequências das medidas de retirada de rendimentos, que lhes tornam a vida insuportável".
"Já é uma afronta à própria dignidade", criticou.
