O vice-presidente da associação cívica Transparência e Integridade, Paulo Morais, considerou expectável que oito em cada dez portugueses considerem que a corrupção aumentou nos últimos dois anos, um dado revelado por um estudo divulgado esta terça-feira.
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"Não é dececionante na medida em que já era expectável", disse Paulo Morais em declarações à agência Lusa a propósito de um estudo do movimento internacional sobre a perspetiva dos portugueses sobre corrupção.
"De facto, a corrupção tem crescido em Portugal e os portugueses têm essa perceção", frisou.
No estudo é referido que 78% dos portugueses consideram que a corrupção piorou nos últimos dois anos e que 53% dos portugueses acham que o "Governo está nas mãos de um conjunto restrito de grupos económicos".
Para Paulo Morais, é a "captura do poder pelos grandes interesses económicos que é real; os portugueses entendem que assim é e eu partilho obviamente dessa opinião que faz com que a corrupção se instale e uma vez instalada depois há um processo generalizado e ela não pára de crescer".
"O aspeto talvez mais relevante de tudo isto é que estamos a falar de um inquérito que é feito à opinião pública portuguesa, um inquérito sujeito às bases científicas mais rigorosas que nos diz que há milhões e milhões de portugueses que entendem que a corrupção está a crescer e sem controlo em Portugal", frisou o vice-presidente da associação cívica Transparência e Integridade.
O estudo refere ainda que 70% dos portugueses encaram a corrupção como um problema sério ou muito sério no setor público. A mesma percentagem que acha que o combate à corrupção em Portugal é ineficaz.