
Olli Rehn
Thierry Roge/Reuters
O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, disse, este sábado, que em Portugal já há "sinais positivos" do programa de assistência financeira e ajustamento económico que está a ser implementado pelo Governo.
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Num discurso perante o Comité Monetário e Financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI), citado pela agência Efe, o comissário para os Assuntos Económicos e Monetários afirmou que não há justificação para que a crise na Grécia se espalhe a outros países periféricos da zona euro.
"Um factor importante de incerteza que resta é o medo de um contágio [da crise] da Grécia a outros países", afirmou Olli Rehn.
No entanto, o líder europeu acrescentou que o contágio "de uma situação única como a Grécia é lamentável porque os programas que estão a ser implementados na Irlanda e em Portugal estão a dar sinais positivos".
Segundo Olli Rehn, tanto em Portugal como na Irlanda, "os Governos têm demonstrado um compromisso muito forte e puseram em marcha medidas de ajuste rápido, de acordo com os objectivos acordados".
Ainda assim, Rehn reconheceu que há sinais de que a crise da dívida soberana pode transbordar para Itália e Espanha, mas acrescentou que estão ambos "em vias de reduzir os seus níveis de dívida e a aplicar reformas orientadas para potenciar o crescimento".
O responsável europeu lembrou que os líderes da zona euro se comprometeram a 21 de Julho a "fazer tudo o que é necessário para garantir a estabilidade financeira da zona do euro como um todo e dos seus Estados-membros", acordo que espera que seja ratificado pelos países "até ao final de Setembro".
Olli Rehn disse ainda que, apesar de as previsões de crescimento tanto para a zona euro como para o conjunto da União Europeia (EU) terem sido reduzidas, não é previsível uma recessão na Europa.
As perspectivas para o segundo semestre do ano foram reduzidas em meio ponto percentual em ambos os casos face ao previsto na primavera.
Ainda assim, a expectativa para o crescimento de 2011 permanece em 1,6 por cento na zona euro e 1,7 por cento na UE.
Rehn admitiu, no entanto, que o panorama actual é "incerto" tendo em conta a preocupação que persiste sobre a dívida soberana na Europa, a desaceleração económica nos Estados Unidos, o forte aumento da aversão ao risco pelos investidores e a volatilidade dos mercados financeiros.
