Onze voos da Ryanair foram cancelados até às 07.30 horas, no último dia de greve dos tripulantes de cabine das bases portuguesas da companhia, segundo o sindicato.
Corpo do artigo
Em declarações à agência Lusa, a presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo, disse que, até às 07.30 horas tinham sido cancelados seis voos no Porto, quatro em Faro e um em Lisboa.
9228672
"São 11 voos cancelados em 18 partidas", explicou a sindicalista, revelando que, mais uma vez, a companhia aérea irlandesa de baixo custo usou aviões que estavam estacionados em Portugal para ir buscar tripulação a outras bases.
"Os aviões estacionados em Portugal saíram sem passageiros outra vez e foram a outras bases da Ryanair buscar tripulantes para voltarem com algumas horas de atraso e, mais uma vez, haver substituição de tripulantes em greve", explicou.
Luciana Passo considerou esta atitude da companhia uma "afronta direta ao Governo" português, defendendo que o executivo deve reunir com a companhia para que a lei seja cumprida.
9227378
"O governo tem de reunir com os decisores, os administradores, o acionista, alguém que mande, de facto, na Ryanair, e acertar as coisas de modo a que façam entender a empresa que todos nós gostamos de ter a Ryanair a operar em Portugal, todos gostamos que haja um afluxo de passageiros e que a Ryanair possa contribuir para isso, mas num Estado de direito em que existem leis elas são para cumprir", afirmou.
"Nós somos portugueses, em Portugal a ser desconsiderados no próprio país", acrescentou.
Os tripulantes de cabine das bases portuguesas da Ryanair cumprem esta quarta-feira o terceiro e último dos três dias de greve não consecutivos para reivindicar a aplicação da lei nacional.
9231035
A paralisação foi marcada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, que tem denunciado a substituição ilegal de grevistas por trabalhadores de bases estrangeiras, o que levou a Autoridade para as Condições de Trabalho a anunciar uma inspeção.
A greve de três dias (não consecutivos) visa exigir que a transportadora de baixo custo irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e a retirada de processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo abaixo das metas da empresa.