A Magna chegou este sábado a acordo com a General Motors e com o governo alemão para adquirir uma participação maioritária na Opel.
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O ministro das Finanças alemão, Peer Steinbrueck, anunciou após o encontro na Chancelaria Federal que, além do acordo entre o fabricante de componentes austro-canadiano e a General Motors (GM), única accionista da Opel, o governo alemão concederá à tradicional marca automóvel um financiamento provisório de 1,5 mil milhões de euros.
Esta soma será transferida para a Opel num prazo de cinco anos, no âmbito de garantias bancárias de 4,5 mil milhões de euros que também serão facultadas pelo Estado alemão, precisou o ministro.
"Esta é a nossa última oferta", disse o político social-democrata, advertindo que o governo de Angela Merkel "não é pressionável" e não cederá a mais exigências antes das legislativas de Setembro.
A transferência das patentes e dos activos da GM para a subsidiária Opel, de forma a que esta possa ser vendida separadamente, passa pela criação de uma sociedade fiduciária a que serão confiados temporariamente os bens da GM Europa, até estar concluído o negócio com o novo investidor, explicou também Steinbrueck.
O modelo fiduciário destina-se sobretudo a evitar consequências para a Opel resultantes da possível declaração de falência da GM Nos Estados Unidos.
O ministro da Economia, Karl-Theodor Zu Guttenberg, colocou algumas reservas ao acordo com a Magna, mas admitiu que a alternativa de uma falência controlada para tentar salvar a Opel também encerraria riscos elevados.
"Tudo analisado, o governo chegou à conclusão de que deveria participar na salvação da Opel, foi díficil medir os riscos, mas achámos que devemos corrê-los", disse Guttenberg.
A participação de Berlim destina-se, em primeira linha, a tentar manter o maior número possível dos 26 mil postos de trabalho nas quatro unidades de produção da Opel na Alemanha.
< A nível europeu, a subsidiária da GM tem 55 mil empregados e além da Opel fabrica também as marcas Vauxhall e Saab.
A Magna pretende obter uma quota de 20 por cento da Opel e o seu parceiro, o banco russo Sberbank, de capitais públicos, uma quota de 35 por cento, garantindo assim uma participação maioritária.
A GM manterá uma quota de 35 por cento, enquanto 10 por cento deverão ser assumidos pelos trabalhadores da Opel.