Empresas europeias desconectam redes anteriores ao 4G e 5G. Em Portugal, poderá acontecer o mesmo.
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A Altice, a NOS e a Vodafone admitem desligar o sinal da rede móvel 3G, seguindo a tendência já em voga na Europa e também por uma questão de eficiência e qualidade dos serviços assegurados pelas redes 4G e 5G. As empresas de telecomunicações estão a acompanhar o que se passa a nível internacional, mas ainda não têm um calendário definido para descontinuar o sinal de redes anteriores ao 4G e ao 5G.
"Com a migração para as novas gerações, é natural que, a devido tempo, se avaliem cenários já em implementação pela Europa de phase-out [descontinuar] progressivo das redes menos eficientes, como é o caso do 3G", admite fonte da Altice Portugal ao JN/DV.
A NOS diz que é "uma tendência mundial" e são já "dezenas os operadores que anunciaram a desconexão ou desligaram as suas redes 3G". Fonte oficial explica que tal acontece, porque "as gerações de comunicações móveis subsequentes ao 3G substituem com melhor desempenho a todos os níveis, inclusivamente ambiental, com uma eficiência energética superior dada a conversão do espetro 3G em 4G e 5G, traduzindo-se numa melhor experiência de utilização para o consumidor".
A empresa "está ciente desta necessária evolução" e, nesse sentido, "progressivamente", o 3G "dará lugar às tecnologias que lhe sucederam", com as frequências ocupadas por essa rede a serem "realocadas para dar mais capacidade e cobertura" ao 4G e ao 5G, futuramente. No entanto, a NOS "não tem, neste momento, um calendário definido para o phase-out da sua rede 3G".
Não a curto prazo
A Vodafone está a monitorizar as necessidades do mercado e afirma "não estar em condições de antecipar uma data para o encerramento de qualquer uma das tecnologias em causa". Realça fonte oficial que o número de pessoas que ainda usa as redes anteriores ao 4G e ao 5G, "por inerência dos equipamentos utilizados, não se compadece com o encerramento a curto prazo de qualquer uma das tecnologias", concretiza.
Para já, não se sabe quantas pessoas poderiam ser afetadas pelo desligamento do 3G. Os últimos dados da Anacom indicam que, no final de 2021, a taxa de penetração do serviço móvel em Portugal era de 125,7 por 100 habitantes e que nove milhões de pessoas recorriam às redes móveis (3G, 4G ou 5G) para aceder à internet.