O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, dramatizou, esta terça-feira, a importância do período pós-'troika' e insistiu num consenso em torno de objetivos de médio e longo prazo, que inclua a sustentabilidade das finanças públicas.
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Num discurso na abertura da terceira edição das Conferências do Estoril, o primeiro-ministro sustentou que Portugal pode ter um papel liderante na União Europeia e no mundo globalizado, mas que isso depende do cumprimento do Programa de Assistência Económica e Financeira e de um consenso em torno da abertura da sociedade portuguesa.
"Todas as sociedades precisam de objetivos de médio e longo prazo que, por definição, estão além das maiorias políticas - que, em democracia, são sempre temporárias. A estabilidade e o investimento social de longo alcance recomendam essa abordagem. Isso é ainda mais verdade para nós, em Portugal, que nos aproximamos do final do Programa de Assistência Económica e Financeira. O período do pós-'troika' exigirá disciplina, racionalidade e visão de longo prazo ", afirmou.
Segundo Pedro Passos Coelho, nesse período "haverá "muito pouco espaço para errar" e não bastará "contornar" os obstáculos ao crescimento, será preciso agir para os "remover definitivamente".
"Será uma nova fase da nossa história democrática, em que a preparação do futuro terá de ser a prioridade em todos os instantes, porque um segundo deslize, uma segunda crise financeira como a que tivemos em 2010-2011 teria consequências irreversíveis", considerou.
O chefe do executivo PSD/CDS-PP defendeu que "os agentes políticos devem trabalhar para consensualizar aquelas estruturas básicas que constituem o chão firme em que se edifica um espaço de debate plural e divergente de ideias".
O primeiro-ministro acrescentou que "umas finanças públicas sustentáveis constituem parte fulcral dessa estrutura básica", argumentando que "todos os projetos políticos, sejam de esquerda ou de direita, precisam que as contas públicas batam certo no médio prazo".