Menos pescadores, menos barcos, menos capturas, mas mais exportações e uma balança comercial mais equilibrada. É este o retrato da pesca nacional. Depois de um 2020 atípico, os números começam, agora, a aproximar-se dos anos pré-pandemia. Os dados foram divulgados, hoje, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para assinalar o Dia Nacional do Pescador.
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A frota portuguesa capturou 185.417 toneladas de pescado em 2021, um crescimento de 13,2% face a 2020 - em muito impulsionado pelo aumento da quota da sardinha e pelo crescimento das capturas de carapau -, mas menos três mil toneladas do que em 2019 (-1,65%). Face a 2020, cresceram as capturas em águas nacionais (+24,8%), diminuiu a pesca em águas externas (-16,6%).
Já do lado da receita há uma subida: o pescado vendido em lota gerou 335 milhões de euros, mais 27,8% do que em 2020 e mais 13,4% do que em 2019, e o preço médio por quilo situa-se, agora, nos 2,28 euros.
Ainda no campo das boas notícias, Portugal exporta, agora, mais peixe. Em 2021, as exportações ultrapassaram os 1,1 milhões de euros (mais 22,3% do que em 2020 e mais 3,2% do que em 2019, o último ano pré-pandemia). O aumento das exportações fez descer o défice da balança comercial, que é, agora, de 949 milhões de euros.
Quando comparado com 2019, há mais 300 pescadores a trabalhar em Portugal, mas menos 407 do que em 2020. São 14.917, 64,5% dos quais a trabalhar na pesca artesanal, 14,1% no cerco, 10,8% no arrasto e 10,6% em águas interiores. Há, agora, 3.894 barcos licenciados (52,9% associados de organizações de pesca), sendo que em 2021 foram abatidos 101 e registadas 48 novas embarcações, num saldo que é, há vários, negativo.