O preço de referência do petróleo nos mercados internacionais deverá rondar os 40 dólares no final do ano, considera o antigo diretor do departamento de análise da Organização dos Países Exportadores de Petróleo Hasan Qabazard.
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O petróleo de Brent deverá transacionar no último trimestre em valores entre os 40 e os 50 dólares por barril devido aos prováveis aumentos de produção do Irão e Iraque e à estabilização da produção de petróleo de xisto, antevê o antigo responsável pelo departamento de pesquisa da OPEP entre 2006 e 2013.
O petróleo subiu 11% este ano, alimentado por sinais de mais procura e especulação de oferta reduzida dos Estados Unidos, num contexto de manutenção da produção por parte dos países da OPEP para afastar os produtores com custos mais altos, lembrou o responsável, em declarações citadas pela agência Bloomberg.
"O quarto trimestre vai ser um verdadeiro teste", disse o agora diretor executivo da consultora Kuwait Catalysts, à margem da reunião que juntou esta semana os produtores da OPEP, sublinhando que o inverno vai fazer reduzir as viagens de carro nos Estados Unidos.
Os doze Estados-membros da OPEP decidiram na sexta-feira, tal como esperavam os mercados, manter inalterada a produção em 30 milhões de barris por dia nos próximos seis meses, anunciou o ministro do Petróleo saudita, Ali Naimi.
"O 'plafond' [limite] é o mesmo. Teriam ficado surpreendidos com o quanto amigável a reunião foi", afirmou Naimi aos jornalistas em Viena, no final da 167.ª reunião ministerial da OPEP, que fornece cerca de um terço do petróleo consumido em todo o mundo.
Os responsáveis da OPEP tinham insistido que só reduziriam a oferta se os principais rivais também o fizessem, em especial os Estados Unidos e a Rússia, decisões que não parecem estar num horizonte próximo.
Os doze países bombaram 31,58 milhões de barris por dia em maio, excedendo o limite definido pelo 12.º mês consecutivo, de acordo com os dados recolhidos pela Bloomberg.
Os preços atuais, ligeiramente acima dos 60 dólares por barril, estão atrativos para os países que não são membros da OPEP, disse Qabazard, assinalando que a produção de petróleo de xisto norte-americano está estável nos 4 milhões por dia e pode chegar aos 5 milhões de barris diários em 2018.