É impossível ficar indiferente ao apelo estético do novo Peugeot 2008, apresentado recentemente em Marselha, França, e que vai, seguramente, manter-se como um dos SUV mais vendidos da Europa.
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Seguindo a linguagem estética da marca, e replicando o novo 208, trata-se de um SUV com linhas irreverentes, desportivas e mesmo algo agressivas, com cotas de habitabilidade superiores às do modelo que substitui e com a grande novidade de uma versão elétrica, esteticamente semelhante às equipadas com motores térmicos.
Disponível com motores a gasolina 1.2 PureTech (potências de 100 a 155 cavalos), gasóleo 1.5 BlueHdi (com 100 e 130 cavalos) e em versão elétrica, com 136 cavalos de potência e 260 Nm de binário, o 2008 chega a Portugal já no próximo mês (motores térmicos) e em maio (elétrico).
Deve destacar-se aqui, tal como já acontece no 208, o facto de o modelo elétrico ser igual (interior e exteriormente) aos outro modelos. Uma escolha deliberada da marca, que procura os clientes que querem um elétrico, mas com um aspeto "normal".
O interior do 2008 convence pela habitabilidade traseira, fruto de um aumento na distância entre eixos (o novo modelo mede mais 14 centímetros que o modelo procedente, mas boa parte deles foi para o volumoso para-choques traseiro), pelos bons materiais aplicados, pela correta montagem e, sobretudo, pelo seu i-Cockpit® 3D, que projeta as informações em forma de holograma, dadas de forma dinâmica e animada. As mais importantes surgem em primeiro plano e a Peugeot refere que o sistema permite ao condutor ganhar meio segundo em reatividade. Vale isto por dizer que, a 120 km/h, o facto de o condutor travar meio segundo mais permite-lhe ganhar mais de 16 metros...
Experimentamo-lo e, na verdade, o sistema funciona, e bem, dando uma indicação precisa do que poderão (deverão) ser os painéis de instrumento do futuro. Mas nem tudo são rosas, e o volante continua a "conflituar" com o painel, apesar de uma forma menos grave que nas primeiras gerações do i-Cockpit.
Comportamento de bom nível
Ao volante, qualquer que seja a versão escolhida pelo cliente, sobressai o comportamento extremamente seguro do 2008 e o conforto das suspensões, mesmo no modelo mais potente (130 cavalos) por nós ensaiado. Os percursos escolhidos pela Peugeot misturavam estradas de montanha, de piso relativamente bom ainda que escorregadio, pequenos trajetos urbanos e troços de estradas nacionais com retas a pedirem um pouco mais de acelerador.
Foi com alguma curiosidade que abordamos o e-2008, que pesa mais 293 quilos que o diesel de potência equivalente ou 343 que o gasolina de 130 cavalos. Eram modelos de pré-série, ainda com alguns sistemas inativos, mas deu para perceber que o baixo centro de gravidade, facilitado pela colocação das baterias no piso do carro, permite um comportamento em curva em tudo semelhante aos seus irmãos "poluentes".
Num curto trajeto de 25 quilómetros, partimos com 190 quilómetros de autonomia e chegamos com 170 km, apesar de alguns abusos no modo Sport, que oferece acelerações vigorosas. A bateria, de 50 kWh, garante uma autonomia que pode chegar aos 310 km e tem uma garantia de 8 anos ou 160.000 km para 70% da sua capacidade de carga.
Segundo a Peugeot os tempos de carregamento vão das 16 horas para uma carga completa com uma tomada Green UpLegrand® através de um cabo de recarga fornecido para o efeito, entre as 5 e as 8 horas para uma carga completa com uma WallBox (trifásica de 11 kW ou monofásica de 7,4 kW) e os 30 minutos para recuperar 80% da bateria através de um carregador público de 100 kW.
Segurança
A Peugeot apostou forte nos sistemas de segurança do 2008 e destaca o Drive Assist, que "inicia a via da condução semiautónoma", combinando ajuda à manutenção ativa da posição dentro da faixa de rodagem, associada ao Lane Positionning ou o regulador de velocidade adaptativo com função Stop & Go, associado apenas à caixa automática EAT8.
O 2008 dispõe de travagem automática de emergência, que deteta peões e ciclistas, de dia e de noite, a velocidade entre os 5 e os 140 km/h e de alerta ativo de transposição involuntária de faixa (ou do seu limite).
Disponível, ainda, entre outros, um sistema alerta de atenção ao condutor, aconselhando pausas na condução, a comutação automática das luzes de circulação e o reconhecimento alargado de sinais de trânsito (sentido proibido, stop), com recomendação para os sinais de velocidade.
Os preços do novo 2008 começam nos 21.500 euros (PureTech 100 cv, com caixa manual) e vão até aos 43.450 euros do e-2008 na versão GT (o mais acessível com motor elétrico custa 36.600 euros). Igualmente disponível apenas em GT está a versão com o motor PureTech de 155 cavalos, com caixa automática de oito velocidades, que custa 32.250 euros.