
Consumo interno privado fomentou crescimento
Foto: Adelino Meireles
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português no terceiro trimestre foi de 2,4%, em termos homólogos, o que põe o país na quarta posição entre os Estados-membros da União Europeia (UE) que mais cresceram. O Governo mantém a previsão de 2% para o acumulado do ano.
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Foi graças ao consumo interno privado que o PIB português cresceu 2,4%, acima da média da Zona Euro (1,3%) e da UE (1,5%). Os residentes em Portugal consumiram mais bens e serviços, sobretudo graças a dois fatores que introduziram liquidez na carteira das famílias. O primeiro foi o da revisão das tabelas de retenção na fonte do IRS que engordou os salários de setembro e outubro. O outro foi o bónus dado aos pensionistas, até 200 euros, pago em setembro.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), que divulgou as previsões ontem, o contributo da procura interna "manteve-se próximo do observado no trimestre anterior, verificando-se uma aceleração do consumo privado e uma desaceleração do investimento".
Os 2,4% de crescimento do PIB registados pelo INE põem Portugal no quarto lugar entre os que mais cresceram na UE, a par da Suécia. Melhor só a Chéquia (2,7%), Espanha (2,8%) e a Irlanda (12,3%), que arrasa a concorrência.
Na análise da variação em cadeia, o PIB da Zona Euro subiu 0,2% e na União Europeia 0,3%. Portugal, nesta análise, teve a segunda maior subida, de 0,8%, só superado pela Suécia.
Previsão mantém-se
Recorde-se que, para o conjunto do ano, o Governo prevê um crescimento de 2% do PIB, segundo as estimativas inscritas no Orçamento do Estado para 2026. É a previsão mais otimista de todas. Já o Banco de Portugal, Conselho das Finanças Públicas, FMI e OCDE estimam um crescimento de 1,9% este ano, enquanto a Comissão Europeia projeta que o PIB cresce 1,8%.
O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, disse ontem que o crescimento "supera as expectativas" e é "um bom indicador" para estimativa para 2025, que é de 2%.
