O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil mantém a greve que se inicia à meia-noite, considerando que a administração da TAP não deu as "contrapartidas suficientes" para recuar na paralisação.
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"Não temos as contrapartidas suficientes", disse em conferência de imprensa o diretor do SPAC, Hélder Santinhos, depois de ter afirmado que a greve de 10 dias dos pilotos da TAP e da Portugália se inicia mesmo à meia-noite.
As dúvidas colocaram-se depois de alguns elementos da direção do SPAC terem estado reunidos com o presidente da TAP, Fernando Pinto, durante a tarde de hoje e pouco antes do início desta conferência de imprensa do SPAC.
"Aproximámo-nos o máximo possível, fizemos concessões muito significativas e a TAP entendeu isso como um sinal de fraqueza e procurou extrair benefícios e está irredutível", disse o dirigente sindical.
Questionado sobre se é ainda possível desconvocar greve, Hélder Santinhos admitiu que "existe sempre" essa possibilidade, mas que é uma decisão que está "nas mãos" do Governo e da TAP.
"Se houver entendimento, obviamente desconvocaremos a greve", afirmou.
Por uma "questão de ética negocial", Hélder Santinhos não quis adiantar quais as concessões feitas pelo SPAC, adiantando que foram propostos "vários cenários alternativos" sobre as diuturnidades (vencimentos de senioridade) pagas aos pilotos e medidas "para aumentar a produtividade" da TAP.
Ou seja, resumiu o dirigente sindical, o SPAC tentou negociar outras opções e a administração da TAP não aceitou.
Hélder Santinhos afirmou que o sindicato "está sempre disponível" para negociar, mas que "há matérias" em que não pode ceder.
O dirigente sindical disse ainda que, apesar de alguma contestação de um grupo de pilotos da TAP à greve, o sindicato espera uma adesão à paralisação a rondar os 90%.