Dezenas de lesados do papel comercial do BES protestaram esta manhã junto ao Novo Banco e ao Banco e Portugal, em Lisboa, provocando momentos de quase confronto com a polícia que para os dispersar usou gás pimenta, mas sem provocar danos.
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Os lesados começaram o protesto cerca das 11.30 horas, em frente da sede do Novo Banco, onde chegaram dois autocarros com lesados vindos de Braga e Porto, munidos de apitos, megafones, cartazes, bandeiras pretas e camisolas com inscrições do protesto.
A sede do banco estava cercada por um forte dispositivo policial e um gradeamento difícil de derrubar, mas os manifestantes acabaram por puxar para si o gradeamento e abrir uma entrada, tendo sido nesse momento que alguns polícias usaram o gás pimenta para dispersar os manifestantes, o que foi conseguido.
Pouco depois apareceu o candidato presidencial Henrique Neto, manifestando o seu apoio aos lesados e aproveitando a ocasião para campanha politica: "Os sucessivos governos têm tido uma promiscuidade grande com o poder económico, por isso o problema dos lesados é também um problema politico", disse.
Tal como nos protestos anteriores, os lesados acabaram por cortar o trânsito na avenida da República, e por duas vezes, gritando palavras de ordem como "justiça" ou "gatunos", seguindo depois pela Avenida da Liberdade em direção aos Restauradores, para se manifestarem junto do Novo Banco na Rua Augusta e do Banco de Portugal.
Por vários momentos houve tensão entre polícias e manifestantes, por estes baterem nos vidros dos bancos, tentarem derrubar o gradeamento ou aproximar-se de zonas vedadas pela polícia, mas o protesto acabou por decorrer sem se registarem quaisquer feridos.
"Tem sido exemplar o comportamento da polícia", disse à Lusa o vice-presidente da AIEPC-Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial, avisando que hoje os protestos vão continuar durante a tarde e o início da noite.