Portugal colocou 1240 milhões de euros em Bilhetes de Tesouro a seis e a 12 meses às taxas de juro de 0,108% e 0,221%, respetivamente, inferiores às registadas nos anteriores leilões comparáveis.
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Segundo a página da Agência de Gestão do Tesouro e da Dívida Pública (IGCP) na Bloomberg, em Bilhetes de Tesouro (BT) a seis meses foram colocados 300 milhões de euros a uma taxa média de 0,108%, abaixo da do anterior leilão comparável, de 0,243%, em julho do ano passado. A procura foi 2,60 vezes superior ao montante colocado, já que atingiu 781 milhões de euros.
Em BT a 12 meses foram colocados 940 milhões de euros a uma taxa de juro média de 0,221%, também inferior à de 0,282% praticada no anterior leilão comparável em dezembro de 2014. Em relação à procura de BT a 12 meses, esta cifrou-se em 1.870 milhões de euros, 1,99 vezes superior ao montante colocado.
A última emissão de BT a seis meses realizou-se em julho de 2014, tendo sido colocados 400 milhões de euros a uma taxa de juro de 0,243%.
Já a emissão mais recente de BT a 12 meses ocorreu em dezembro do ano passado: foram colocados no mercado 850 milhões de euros a uma taxa de juro de 0,282%.
"É uma boa notícia o país conseguir financiar-se a taxas tão baixas", considera o diretor de Gestão de Ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva. "Estas taxas são mínimos históricos, nunca o país conseguiu financiar-se a um custo tão baixo", adiantou.
Filipe Garcia destaca o facto do montante colocado ter sido "um pouco acima do pretendido (até 1000 milhões de euros)" porque "os investidores não têm alternativas", referiu, adiantando que "a Alemanha a 10 anos paga 0,4% e a cinco anos a taxa é negativa".
Em relação ao pagamento antecipado do empréstimo da troika, Filipe Silva referiu que "faz sentido, como tem sido discutido publicamente, o país financiar-se no mercado a taxas historicamente baixas para amortizar antecipadamente a ajuda externa".