O Estado colocou, esta quarta-feira, mais 1850 milhões de euros de dívida no mercado, abaixo do montante indicativo estipulado, pagando juros mais baixos a três e a 12 meses do que nas últimas operações com prazos semelhantes.
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De acordo com o IGCP - agora chamado Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública desde que foi convertido em empresa pública - a operação com o prazo a seis meses pagou um juro mais elevado face ao leilão comparável.
Para o primeiro leilão depois de ter sido conhecida a proposta de Orçamento do Estado para 2013, o montante global indicativo situava-se entre os 1,750 e os 2 mil milhões de euros.
Num breve comentário ao leilão, o diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva, considera que as emissões "correram bem", apesar do montante total não ter atingido o máximo previsto de 2 mil milhões de euros.
"Diria que não houve impacto negativo do atual contexto político e orçamental. Certo é que ontem a Espanha também conseguiu emitir dívida com as taxas ligeiramente mais baixas que nos últimos leilões, tendo sucedido o mesmo em Itália. E isto leva-nos a concluir que a possibilidade de o BCE [Banco Central Europeu] poder socorrer países em dificuldades, comprando dívida soberana, está a acalmar os investidores, reduzindo o risco e, com isso, aliviando as taxas de juro", referiu.
A operação com o prazo mais longo de Bilhetes de Tesouro (BT), a 12 meses, conseguiu arrecadar 770 milhões de euros a uma taxa de juro média de 2,100% (inferior ao juro de 3,505% conseguido em julho), numa operação onde a procura superou a oferta em 2,49 vezes.
Com os BT a seis meses, o IGCP colocou, por sua vez, 830 milhões de euros, a um juro de 1,840%, face aos 1,7% do último leilão comparável.
A procura de bilhetes a seis meses superou a oferta em 2,8 vezes, quando em setembro (último leilão comparável) tinha sido de 3,1 vezes.
No prazo mais curto, a três meses, o IGCP emitiu 250 milhões de BT, pagando uma taxa de juro média de 1,370% face aos 2,168% registados na última operação com prazo semelhante, realizada em março.
A procura foi superior, fixando-se em 8,1 vezes a oferta, contra as 6,7 vezes registadas no último leilão.