Segundo Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, "os resultados foram ligeiramente melhores do que o esperado, com a taxa de juro da dívida a 10 anos a fazer o valor mais baixo desde final de 2016" e a da emissão a cinco anos a registar "uma descida mesmo muito acentuada". Filipe Silva disse ainda que "o certo é que tanto a taxa dos cinco como a dos dez anos refletem a descida do custo da dívida portuguesa a que se tem assistido nas últimas semanas". "Após o resultado das eleições francesas, há uma sensação maior de segurança quanto à solidez da União Europeia", disse, adiantando que acredita que "foi essa redução do risco político, que antes penalizava mais os países da periferia da Europa, que agora acaba por ajudar". "Estamos numa fase em que, a seguir ao 'Brexit' [saída do Reino Unido da União Europeia], seria fatal um resultado eleitoral que alimentasse a ideia de mais um país a abandonar a zona euro ou a União Europeia. De certa forma, regressou alguma confiança ao mercado de dívida portuguesa, que face à falta de alternativas de rendimento, consegue atrair interessados", adiantou Filipe Silva. Portugal colocou esta quarta-feira 1250 milhões de euros, montante máximo indicativo, em Obrigações do Tesouro (OT) a cinco e dez anos a taxas de juro inferiores em ambos os prazos às dos anteriores leilões comparáveis.
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Segundo a página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na Bloomberg, foram colocados 618 milhões de euros de OT com maturidade em 17 de outubro de 2022 (cinco anos e cinco meses) à taxa de juro de 1,828%, mais baixa do que a registada em abril (2,174%).
Em OT com maturidade em 14 de abril de 2027 (nova anos e 11 meses), o IGCP colocou 632 milhões de euros a uma taxa de juro de 3,386%, também inferior à do anterior leilão comparável de março, de 3,950%.
A procura de OT a cinco anos atingiu 1.253 milhões de euros, 2,03 vezes superior ao montante colocado, e a de OT a dez anos cifrou-se em 1.216 milhões de euros, 1,92 vezes superior ao montante colocado.
No último leilão comparável de OT do prazo mais curto, em 12 de abril deste ano, foram colocados 625 milhões de euros em OT a cinco anos e seis meses (maturidade em 17 de outubro de 2022), à taxa de juro de 2,174%, mais baixa do que a registada em fevereiro (2,753%).
Em relação ao prazo mais longo, no anterior leilão comparável, em 08 de março, foram colocados 612 milhões de euros em OT a nove anos e quatro meses, (maturidade em 21 de julho de 2026), a uma taxa de juro de 3,950%.
Resultados foram ligeiramente melhores do que o esperado
Segundo Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, "os resultados foram ligeiramente melhores do que o esperado, com a taxa de juro da dívida a 10 anos a fazer o valor mais baixo desde final de 2016" e a da emissão a cinco anos a registar "uma descida mesmo muito acentuada".
Filipe Silva disse ainda que "o certo é que tanto a taxa dos cinco como a dos dez anos refletem a descida do custo da dívida portuguesa a que se tem assistido nas últimas semanas".
"Após o resultado das eleições francesas, há uma sensação maior de segurança quanto à solidez da União Europeia", disse, adiantando que acredita que "foi essa redução do risco político, que antes penalizava mais os países da periferia da Europa, que agora acaba por ajudar".
"Estamos numa fase em que, a seguir ao 'Brexit' [saída do Reino Unido da União Europeia], seria fatal um resultado eleitoral que alimentasse a ideia de mais um país a abandonar a zona euro ou a União Europeia. De certa forma, regressou alguma confiança ao mercado de dívida portuguesa, que face à falta de alternativas de rendimento, consegue atrair interessados", adiantou Filipe Silva.
No início de abril, a instituição liderada por Cristina Casalinho indicou que prevê emitir durante o segundo trimestre até ao máximo de 5.250 milhões de euros em dívida de curto e longo prazo.