Os preços do café a nível mundial subiram 9,3% em setembro, quando comparados com os do mês anterior, anunciou a Organização Mundial do Café (OIC, na sigla original).
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O índice composto de preços do café atingiu, em média, 324,62 cêntimos de dólar (278,55 cêntimos de euro) por cada libra produzida (equivalente a cerca de 453 gramas).
O valor ultrapassa em 25,4% o preço homólogo registado em setembro de 2024, de acordo com a OIC, que destacou a existência de um aumento de preços na primeira quinzena de setembro e a sua posterior correção.
Entre os fatores que explicam a tendência altista estão as preocupações com a oferta de café nos Estados Unidos, em consequência da política tarifária do governo de Donald Trump, embora o produto, que não é produzido naquele país em grandes quantidades, ainda não tenha sido objeto de uma revisão tarifária.
O declínio "consistente" das reservas certificadas de café e a sua baixa taxa de reposição também influenciaram o aumento dos preços, segundo um comunicado da OIC.
Já as margens mais elevadas estabelecidas pela bolsa especializada de futuros ICE, para contratos de café arábica nos EUA, exerceram uma pressão no sentido descendente.
As negociações entre os EUA e o Brasil, durante a recente Assembleia Geral da ONU, a pretensão da Comissão Europeia em adiar as diretivas europeias contra a desflorestação por mais um ano e o recente corte nas taxas de juro anunciado pela Reserva Federal (Fed) dos EUA também contribuíram no mesmo sentido.
Em comparação com o mês de agosto, o preço do café suave colombiano aumentou 10,1%, para 403,77 cêntimos de dólar por libra-peso (346,17 cêntimos de euro), e o de outros cafés suaves aumentou 9,3%, para 400,21 cêntimos de dólar (343,13 cêntimos de euro).
A variedade robusta registou um aumento de preço de 5,9% no mês em análise, para 210,85 cêntimos de dólar (180,78 cêntimos de euro), e o café natural brasileiro sofreu uma subida 11,3%, para 374,91 cêntimos de dólar (321,48 cêntimos de euro).
Em agosto, as exportações globais de grãos de café verde totalizaram 11,35 milhões de sacas de 60 quilos, ou seja, 3,7% a menos do que no mesmo mês de 2024.
As vendas de café natural brasileiro caíram 18,5%, para 2,81 milhões de sacas, enquanto as vendas de café robusta cresceram 9,4%, para quatro milhões.
As exportações de café suave colombiano aumentaram 9,4%, para 1,16 milhão de sacas, enquanto as vendas de outros cafés suaves diminuíram 0,4%, para 2,02 milhões.
Por região, as exportações da América do Sul caíram 14,3% em agosto, em relação ao mesmo período do ano anterior (4,94 milhões de sacas), as da Ásia e Oceania aumentaram 14,9% (3,48 milhões de sacas), as da África subiram 4,1% (1,9 milhão de sacas) e as do México e América Central diminuíram 12,1% (1,03 milhão de sacas).