A ideia de ajudar pescadores a otimizar recursos conquistou o júri do Concurso de Inovação Social, lançado pela Área Metropolitana do Porto para apoiar negócios sustentáveis que ajudem a resolver problemas sociais.
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Filipa Domingues não se conteve: abriu um sorriso imenso e levantou--se de um pulo quando o autarca de Santo Tirso e vice--presidente do Conselho Metropolitano, Joaquim Couto, anunciou o projeto que tanto acarinha como a grande vencedora da iniciativa, que premiou mais dois projetos (ler em baixo).
No palco montado na Nave Cultural da Fábrica de Santo Thyrso, onde foram conhecidos os três vencedores, a alegria da jovem empreendedora contagiou os companheiros e foi assim que os quatro receberam um cheque gigante de 15 mil euros, que inclui serviços de incubação e mentoria.
O objeto do prémio tem nome: chama-se Topame Pesca e nasceu há cerca de um ano, na Póvoa de Varzim, terra de pescadores e do autor da ideia, Tiago Sá, que bem conhece as dificuldades da arte, por ter na família quem se dedique a ela. E o que se quer é promover na pesca a Transformação e Otimização através de uma Plataforma de Análise e Modelação Ecológica (as iniciais formam o "Topame" que batiza a empreitada).
Trocando por miúdos, trata-se de diminuir consumos e encurtar viagens. Filipa explica: "Utilizamos as correntes marítimas de superfície e fazemos trajetos otimizados, para que se poupe tempo e combustível. Estamos a levar o conhecimento que é gerado numa universidade para a comunidade e, neste processo, fomenta-se a economia, dá--se valor social e cria-se emprego. Não estamos a deixar as coisas escritas num livro, na teoria; tentamos agarrar nelas e pô-las na prática".
E foi assim que este quarteto de empreendedores, entre os 24 e 26 anos e com formações académicas nas áreas de Ciências do Mar, Biologia Marinha e Gestão do Ambiente conquistou o primeiro lugar entre as 10 ideias finalistas do concurso promovido pela Área Metropolitana do Porto (AMP).
"Estes projetos têm de ser sustentáveis e ter capacidade de crescimento. É isso que marca a diferença entre uma intervenção social, que tenta responder no imediato a problemas, e uma economia social, que tenta criar escala, emprego e respostas e um novo modelo de organização económica e social", sustenta Eurico Neves, da INOVA+, parceira da AMP na iniciativa, que recebeu meia centena de candidaturas.
"A Área Metropolitana pegou muito bem, através de fundos comunitários, neste processo de inovação social", considerou Joaquim Couto.