Presidente da Grécia considera "inadmissível" o acordo de Chipre com Eurogrupo
O Presidente da Grécia, Carolos Papoulias, qualificou, esta segunda-feira, como "inadmissível" o acordo alcançado entre o Eurogrupo e o Governo cipriota sobre o resgate financeiro a Chipre, após defini-lo como discriminatório.
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"Nestes momentos os nossos pensamentos estão com Chipre, que está a sofrer. A decisão da União Europeia é inadmissível porque é discriminatória", declarou Papoulias aos "media" gregos no final de um desfile militar durante a Festa Nacional que celebra a emancipação do país face ao império otomano, comemorada em simultâneo na ilha mediterrânica.
"A União Europeia deveria ser um abrigo para os débeis" em vez de "selecionar as suas vítimas seguindo critérios que apenas ela conhece", acrescentou o Presidente grego.
"Este dia [25 de março] é um dia de memória e de honra para os que se revoltaram utilizando como única arma o seu amor pela liberdade, e que fizeram frente ao império otomano para nos deixar como legado um Estado livre. Essa mensagem deve ser transmitida a todas as capitais, e sobretudo a Berlim", considerou Papoulias.
Esta foi a primeira vez que o Presidente grego criticou a atuação da Alemanha e da União Europeia face à crise nos países mediterrânicos.
As suas declarações contrastaram com as proferidas pelo porta-voz do Governo grego, que evitou qualquer crítica aos parceiros europeus, limitando-se a expressar solidariedade com o Executivo de Chipre.