Presidente da KPMG diz que auditores são dos profissionais mais escrutinados
O presidente da KPMG Portugal, Sikander Sattar, disse esta terça-feira que os auditores são dos profissionais mais escrutinados, acrescentando não acreditar "que possa haver auditores que não atuam de acordo com as regras".
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"A profissão de auditor é a mais escrutinada das mais escrutinadas", frisou, dando os exemplos da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e do Banco de Portugal (BdP) como entidades de escrutínio dos profissionais do ramo.
"Temos uma série de escrutínios. Não acredito convictamente que possa haver auditores que não atuam de acordo com as regras", disse ainda o responsável.
Sikander Sattar, líder da KPMG Portugal, que auditou as contas do Banco Espírito Santo (BES) nos últimos anos, começou a ser ouvido pelas 15:00 na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES e às 17:45 ainda prestava depoimentos perante os deputados.
O presidente da KPMG Portugal é o segundo inquirido do dia na comissão, sendo que Vítor Bento, ex-presidente do BES e do Novo Banco, foi ouvido durante mais de quatro horas e meia na parte da manhã.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro e tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
Será também avaliado, por exemplo, o funcionamento do sistema financeiro e o "processo e as condições de aplicação da medida de resolução do BdP" para o BES e a "eventual utilização, direta ou indireta, imediata ou a prazo, de dinheiros públicos".
A 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.