Presidente do Banco Central Alemão diz que Portugal e Irlanda provam que "programas de ajustamento funcionam"
Portugal e a Irlanda são uma prova de que os "programas de ajustamento funcionam", defendeu o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, sublinhando que os portugueses estão "no caminho certo".
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"A mensagem-chave que vem de Portugal e da Irlanda é que os programas de ajustamento funcionam. As reformas implementadas contribuíram para reduzir os custos unitários do trabalho e travaram a queda da competitividade. Já se vêem sinais positivos no défice externo", afirmou Weidmann.
O presidente do banco central alemão (Bundesbank) fez estas declarações numa entrevista conjunta ao jornal Público, ao italiano Corriere della Sera, ao espanhol El País e ao grego Kathimerini.
Jens Weidmann admite que o facto de os outros países que já recebem ajuda financeira solicitarem uma ajuda semelhante à da Espanha pode ser um "grande problema".
"Na Irlanda e em Portugal já se discute a possibilidade de relaxar a condicionalidade e, na Grécia, o debate ganhou nova força. Mas arrastar a resposta aos problemas estruturais só irá perpetuar esta crise e a reação do mercado reflete essa preocupação", explicou.
Segundo o presidente do Bundesbank, "a ajuda financeira apenas pode comprar tempo, mas não resolve as causas da raiz da crise".
Defendendo que não se deve suavizar ainda mais o programa de resgate grego, Jens Weidmann não quis especular sobre uma saída da Grécia da Zona Euro, considerando existirem mecanismos para prevenir os efeitos de contágio.
"A Grécia já está a receber tratamento especial. O ajustamento foi prolongado durante um período de tempo maior. Beneficiou de um perdão da dívida excecional. A Grécia teve muito mais apoio do que qualquer outro país. Relaxar ainda mais um programa suavizado não pode ser opção", disse.