Presidente executiva da Sonae diz que 2025 vai ser "um ano perdido para Portugal"
A presidente executiva (CEO) da Sonae considerou hoje que este será “um ano perdido para Portugal” devido à crise que levou à convocação de eleições legislativas antecipadas, defendendo que os políticos deveriam focar-se em governar e garantir estabilidade.
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"Os políticos têm que se focar nas pessoas, em governar para as pessoas e em garantir estabilidade, porque temos desafios muito importantes em Portugal, [como] a reforma da justiça, da educação, da saúde e da habitação. E não me parece que este [último] ano tenha contribuído para isso", afirmou Cláudia Azevedo durante a apresentação de contas da Sonae, que decorreu hoje na Maia, no distrito do Porto.
Salientando que a situação é ainda agravada pelo atual contexto mundial de "muita instabilidade", com "guerras e crises económicas", a CEO da Sonae considerou que, "com novas eleições agora, depois os resultados das eleições, formar um novo governo e com as autárquicas no fim do ano", 2025 será "um ano perdido para Portugal". E, lamentou, "um ano onde Portugal tinha muito que fazer".
Na opinião de Cláudia Azevedo, "os portugueses estão um bocado fartos das polémicas que envolvem políticos", até porque "os casos multiplicam-se, arrastam-se no tempo, [e há] comissões de inquérito a coisas que não são muito relevantes para a [sua] vida".
"Ouvir a Assembleia da República na televisão é uma coisa que não recomendamos a ninguém", gracejou.
Recomendando aos governantes que tenham como "prioridade governar, não entrar em polémicas uns com os outros", a líder da Sonae confessou-se apreensiva com os efeitos na democracia do facto de "as pessoas acharem que os partidos são todos iguais".
"Preocupa-me que os políticos se concentrem mesmo nos desafios que Portugal tem, que são grandes e que precisam do entendimento entre partidos para serem resolvidos. É muito [mais] importante os políticos focarem-se nas pessoas e nas suas necessidades, do que andar em pequenos casos uns com os outros, que não acrescentam valor nenhum à sociedade", rematou.