O primeiro-ministro defendeu, esta quarta-feira, que Governo está, "para já", a ganhar "sete a zero" ao Fundo Monetário Internacional (FMI) nas previsões de crescimento da economia portuguesa.
Corpo do artigo
"É uma velha tradição. Este é o oitavo orçamento que eu apresento e não me lembro um único em que as previsões, nomeadamente do Fundo Monetário Internacional, não divirjam das previsões que nós apresentamos. Ao longo destes oito anos, eu não quero garantir, mas devo dizer que estamos, para já, sete a zero. Vamos a ver este ano", disse António Costa, que falava aos jornalistas em Viseu, à margem de uma conferência da AICEP sobre "Exportações & Investimentos", a propósito das previsões que o FMI apresentou na terça-feira, menos otimistas que as do executivo.
15244154
O fundo melhorou ligeiramente as perspetivas de crescimento da economia portuguesa deste ano para 6,2%, mas cortou as do próximo ano para 0,7%, revelando-se mais pessimista do que o Governo.
Na semana passada, o primeiro-ministro português afastou um cenário "de não crescimento e menos ainda de recessão" no próximo ano, e antecipou que a economia vai "continuar a crescer acima da média europeia".
15244748
"Este ano somos o país da União Europeia que teve um crescimento mais alto, no próximo ano [haverá] recessão em muitos países europeus, e nós necessariamente não somos imunes e, portanto, Portugal vai crescer menos do que cresceu este ano, mas não vamos ter nenhum cenário de não crescimento e menos ainda de recessão", salientou.
De acordo com o primeiro-ministro, o cenário económico para 2023, no qual assentará o Orçamento do Estado, é "de crescimento moderado, ajustado às realidades do tempo" que "assenta numa desaceleração significativa da taxa de inflação e sobretudo uma preocupação fundamental que é a chave para a política económica, que é podermos manter o emprego e podermos sustentar sem alimentar a espiral de inflação aquilo que são os rendimentos das famílias e a capacidade de competir das empresas".
"Depois de termos este ano um crescimento muito acima dos 6% e que foi o mais elevado da União Europeia, no próximo ano vamos obviamente ter o nosso crescimento ajustado aquilo que é a evolução da zona euro. Portanto, não vamos ter crescimentos desta ordem, nada que se pareça, mas é um cenário onde podemos ter confiança que o país vai continuar a crescer, vai continuar a crescer acima da média europeia e a aproximar-se dos países mais desenvolvidos da União Europeia", apontou Costa.