O PSD vai apresentar ao Governo uma proposta para reduzir a despesa pública em 1,7 mil milhões de euros, que passará por extinguir uma lista de entidades dependentes do Estado, incluindo institutos, e por promover uma restruturação da máquina para evitar o aumento de impostos anunciado.
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Questionado pelo JN sobre o que será necessário para viabilizar o Orçamento, Marco António Costa, vice-presidente do PSD, começou por destacar que "um orçamento que enterra o Estado social, esmaga a classe média e destrói as perspectivas de competitividade da economia portuguesa é perigoso para o país".
Portugal, adverte, "entrará em recessão" e o desemprego numa "aceleração vertiginosa". E "isso não é aceitável porque, olhando para o esforço global que o Orçamento apresenta em termos de consolidação das contas, constatamos que 90% é feito pelos portugueses e 10% resulta da racionalização ou da procura de reestruturação de um Estado desorganizado e sobredimensionado". E, nesta vertente, "estamos a falar de apenas 600 milhões de euros".
O "vice" garante que o PSD "tem uma visão construtiva" e irá "procurar com o Governo soluções do lado da despesa e da organização do Estado". E, para o PSD, "os esforços têm de ser feitos no emagrecimento da máquina do Estado". A proposta passa por um "ataque à despesa injustificada" e pela extinção de estruturas.
Marco António Costa nota que há "14 mil entidades dependentes do Estado, institutos, empresas, organismos, comissões", e a "esmagadora maioria não tem razão de existir". E "o peso que têm, as clientelas que alimentam e a pressão que exercem é terrivel", faltando "coragem ao Governo" para "sacrificar, porventura, algumas pessoas amigas". O Governo prevê fundir e extinguir 50 institutos.
Instado a especificar propostas, o dirigente disse que, na "maior parte dos hospitais públicos", há "uma administração muito alargada", inclusive "com o triplo do que tinham". "Mas é um exemplo pequeno, há muitos outros que o PSD quer apresentar de forma conjunta" na sua proposta.
Marco António destacou, ainda, que "se o Governo tivesse cumprido todas as metas do PEC II , que o PSD apoiou, hoje não estaria a pedir estes sacrificios suplementares aos portugueses".
O dirigente recusou-se a quantificar a proposta do PSD mas, segundo confirmou o JN, rondará os 1,7 mil milhões. Do mesmo modo, não adiantou se o partido irá abster-se na generalidade.