PSD pergunta ao PS se tem ou não trabalhado com Governo sobre fundos comunitários
O PSD acusou, esta terça-feira, o PS de revelar ignorância e má-fé relativamente às decisões sobre projetos de infraestruturas e perguntou aos socialistas se têm ou não estado a trabalhar com o Governo sobre fundos comunitários.
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"Quanto aos fundos comunitários, deixo uma questão muito concreta: é verdade ou é mentira que o PS tem estado a trabalhar com o Governo neste dossiê ?", perguntou o secretário-geral do PSD, José Matos Rosa, referindo que "esta não é questão de opinião, é uma questão de factos".
José Matos Rosa dirigiu esta pergunta ao PS numa conferência de imprensa realizada na sede nacional do PSD, em Lisboa, em que respondeu a apenas uma questão dos jornalistas, saindo em seguida da sala.
O PSD convocou esta conferência de imprensa para responder ao membro do Secretariado Nacional do PS António Galamba, que hoje acusou o Governo de falta de transparência e incapacidade para gerar consensos sobre matérias relacionadas com o próximo quadro de fundo comunitários como os projetos de infraestruturas a construir em Portugal.
António Galamba fez esta acusação a propósito de um estudo sobre 30 projetos de infraestruturas definidos como prioritários que foi entregue na segunda-feira ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e que começará a ser debatido publicamente na quarta-feira - documento que o socialista disse não ser do conhecimento do PS.
"Relativamente ao relatório das infraestruturas de valor acrescentado, este é um processo com três fases: a primeira, é a do relatório da Comissão; a segunda, a consulta pública e a discussão pública; e a terceira será a decisão do Governo sobre as obras a realizar", retorquiu Matos Rosa, considerando que, "neste processo também, o PS revela ignorância e má-fé".
O social-democrata reiterou a pergunta: "É verdade ou é mentira que o PS tem estado a trabalhar com o Governo neste dossiê ?".
Quanto à exigência feita por António Galamba ao executivo PSD/CDS-PP para que esclareça quais os cortes nos rendimentos que são transitórios, quando terminam, e quais os definitivos, Matos Rosa não respondeu diretamente à questão.
Sem se pronunciar sobre o caráter transitório ou definitivo das medidas, o secretário-geral do PSD interrogou: "É verdade ou não que o PS no memorando de entendimento, no ponto 1.11, que assinou com a 'troika', assumiu poupanças de cerca de 500 milhões de euros com base em reduções de pensões?".
O secretário-geral do PSD desafiou os socialistas a esclarecerem qual é a sua "estratégia orçamental" para cumprir os objetivos com que Portugal se comprometeu em matéria de "pensões e salários da função pública" e de "contenção da despesa primária do Estado nos termos do pacto orçamental".
Segundo Matos Rosa, "é tempo de o PS, de uma vez por todas, mostrar disponibilidade para compromissos concretos, em nome do interesse nacional".
"O PS tenta iludir a inevitabilidade de se lhe estar a esgotar o tempo dos discursos ambíguos que tem feito nos últimos três anos" e "quer distrair a opinião pública" do "desempenho positivo da economia portuguesa e da execução orçamental", alegou.
