PT vai pedir pareceres jurídicos para aferir legalidade do uso da "golden share"
A Portugal Telecom quer saber da legalidade do uso da “golden-share” por parte do Estado para vetar a venda à Telefónica da sua posição na Vivo.
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Em comunicação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Conselho de Administração da PT, que reuniu, ontem, quarta-feira, após a assembleia geral de accionistas, considera "necessário clarificar determinados aspectos legais", pelo que "irão ser solicitados pareceres jurídicos para o efeito" .
A mesma nota adianta que, depois de obtidos os pareceres, o Conselho de Administração da PT vai agendar nova reunião, atendendo a que a Telefónica prorrogou a actual oferta até 16 de Julho .
A Telefónica alargou o prazo da oferta de 7,15 mil milhões pela parte da PT na Vivo até 16 de Julho, disse à agência Lusa fonte oficial da operadora espanhola, que "desafia a PT a respeitar a vontade dos accionistas", que, na sua maioria, se pronunciaram a favor da oferta.
Contactada pela Lusa para comentar as considerações da empresa espanhola, fonte da PT remeteu para as declarações do presidente executivo da PT, Zeinal Bava, que reiterou, no final dos trabalhos da assembleia geral, que a decisão do presidente da mesa "é soberana".
Apesar de a maioria dos accionistas ter dado luz verde à venda, o presidente da mesa da assembleia geral, Menezes Cordeiro, deu por terminados os trabalhos depois de ter aceite o voto contra do Estado que inviabiliza, para já, o negócio.
O primeiro-ministro, José Sócrates, explicou que o Governo utilizou a 'golden share' (500 acções de classe A), que permite vetar decisões estratégicas para a empresa, porque a oferta da Telefónica "não cobria os interesses estratégicos que a Vivo representa para a PT".