As autoridades reguladoras identificaram, esta sexta-feira, uma lista de 29 bancos com risco "sistémico", que pela sua dimensão poderão por em causa a economia mundial no caso de falência, pretendendo impor-lhes uma série de medidas para os reforçar.
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Entre os bancos identificados estão 17 entidades europeias, oito dos Estados Unidos e quatro asiáticas, segundo um comunicado divulgado, esta sexta-feira, pelo Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) na Cimeira do G20, em Cannes.
Na Europa, há entidades como os franceses BPCE, BNP Paribas, Crédit Agricole e a Société Générale e os alemães Deutsche Bank e o Commerzbank. Dos Estados Unidos, destacam-se a Goldman Sachs, o JP Morgan e o Citigroup. E da Ásia, o Banco da China.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, já tinha revelado à imprensa a lista dos bancos franceses, pouco antes de o Conselho de Estabilidade Financeira a ter anunciado.
Na ocasião, Sarkozy confirmou também que ascendiam a 29 os bancos com classificação de risco "sistémico".
A lista hoje divulgada não é definitiva, devendo ser actualizada anualmente e publicada em Novembro, salientaram os reguladores.
Por agora, a lista avançada na Cimeira do G20, em Cannes, engloba apenas bancos, mas poderá vir a incluir outro tipo de instituições financeiras.
Os bancos, cujo colapso ameaçaria a economia no seu conjunto, deverão admitir a possibilidade de, a partir de 2012, se confrontarem com uma possível falência e o seu desmantelamento em caso de dificuldades, salienta o comunicado.
"As normas internacionais deveriam permitir desmantelar ordenadamente todos os bancos, para que no caso de falência as autoridades, ao analisarem a sua contabilidade, não fossem surpreendidas com riscos sistémicos", sublinhou o Conselho de Estabilidade Financeira.
Com esta decisão, os reguladores querem evitar que se repita "o drama" que se viveu na última crise financeira que viu afundar, em 2008, o banco norte-americano Lehman Brothers, provocando "um sismo económico" no planeta.