O secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, estimou em 40 mil milhões de euros a previsão de investimento para as cinco novas áreas de exploração de energias renováveis offshore em Portugal, atualmente em consulta pública. Segundo aquele governante, o conjunto dos futuros projetos poderão criar cerca de 30 mil postos de trabalho.
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Os dados foram avançados na sessão de abertura de um debate organizado pela Ordem dos Engenheiros da Região Norte (OERN) em Viana do Castelo, subordinado ao tema "Novas Profissões do Mar".
A iniciativa "Roteiro de Engenharia do Mar", que percorre todos os distritos da Região Norte, sentou ao redor da mesa os especialistas Nuno Silva, do CEiiA, João Abrantes, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), Laura Jimenez, do CoLab+Atlantic, José Pinheiro, da Ocean Winds, e Eduardo Pacheco, da Corpower.
Nuno Silva referiu que, na secção de oceanos do CEiiA, trabalham 63 engenheiros, em áreas como robótica, cibernética, comando e controlo, porque uma das apostas passa pelos "veículos não tripulados". E preconizou que as novas atividades marítimas vão impulsionar a engenharia. "Vejo o engenheiro como alguém que, através do seu conhecimento, nunca se vê como estanque, e isso na economia do mar será essencial, porque vai trazer outros perfis, não só no trabalho offshore, mas também na zona costeira", afirmou.
Laura Jimenez trabalha na área da engenharia oceânica, e considerou que, devido à sua "formação abrangente", os engenheiros "têm capacidade de identificar tecnicamente e entender muitas das outras áreas, integrando e gerando valor".
Já José Pinheiro, engenheiro mecânico, representante do WindFloat, cuja tecnologia está agora na fase de desenvolvimento com vista à industrialização, referiu que o projeto envolve "engenharias clássicas, adaptadas ao mar". Considerou que "há alguma falta de recursos", sendo necessário "resgatar algumas engenharias que eram muito comuns em Portugal, como a naval".
João Abrantes, que lidera o projeto Prometheus, uma Unidade de Investigação em Materiais, Energia e Ambiente para a sua Sustentabilidade do IPVC, considerou que "todas as engenharias têm um painel importante no mar" e defendeu a criação de mestrados e pós-graduações para especialização de engenheiros, em vez de novos cursos de engenharia do mar.
