Reunião da Concertação Social começou com CGTP a rejeitar "mais cortes nos salários"
A reunião dos parceiros sociais com o Governo, presidida pelo primeiro-ministro, começou, esta segunda-feira, pelas 9 horas, com os patrões a pedirem medidas alternativas ao corte da TSU e a CGTP a garantir que rejeitará "mais cortes nos salários".
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"Não aceitamos que retirem nem mais um cêntimo dos rendimentos dos trabalhadores", disse o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, aos jornalistas à entrada da reunião.
A CGTP vai propor a criação de um imposto adicional de 10 por cento sobre os dividendos, que resultaria numa receita de 1.665 milhões de euros, em alternativa ao aumento da Taxa Social Única (TSU) para os trabalhadores.
O patrão da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, por sua vez, avançou que apoiará um aumento sobre o tabaco em 30 por cento, que geraria uma receita adicional de 485 milhões de euros.
A CIP defende também uma descida seletiva da Taxa Social única para as empresas exportadoras.
Do lado da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, disse também à entrada que defenderá uma medida alternativa "mais transversal", com um "IRS mais transparente".
Do lado da UGT, João Proença, defende que o recuo da medida anunciada por Pedro Passos Coelho é a "opção mais inteligente", preferindo aguardar pela medida que for apresentada pelo primeiro-ministro.
Da parte do Executivo de Pedro Passos Coelho, estão presentes na reunião, os ministros Pedro Mota Soares (Segurança Social), Vitor Gaspar (Finanças) e Álvaro Santos Pereira (Economia), assim como o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino.
O Governo anunciou há duas semanas que a TSU a cargo dos trabalhadores vai subir dos atuais 11 por cento para os 18 por cento, ao mesmo tempo que a TSU a cargo das empresas vai baixar dos 23,75 por cento para os 18 por cento.
Depois de uma forte contestação à medida, Passos Coelho, reunido com os parceiros sociais na passada quarta-feira, manifestou abertura para discutir a medida em concertação social, facto aplaudido por todos os signatários do acordo tripartido (UGT, CIP, CCP, CAP e Confederação do Turismo).