Terminou a reunião dos ministros das Finanças do euro, que estiveram reunidos, esta quinta-feira, no Luxemburgo, para um Eurogrupo completamente focado na Grécia. Não houve acordo sobre um programa de resgate aos gregos.
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A menos de duas semanas de expirar o programa de assistência financeira a Atenas, não houve acordo entre a Grécia e os credores sobre as medidas a executar pelo país que permitam desbloquear os 7,2 mil milhões de euros da última tranche do programa de resgate.
O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou que "não há ainda qualquer acordo à vista" com a Grécia, pois, "lamentavelmente", foram muito poucos os progressos registados nas negociações entre Atenas e as instituições.
Falando no final de uma reunião do Eurogrupo, dominada pelo impasse nas negociações com a Grécia, Dijsselbloem apontou que "resta pouco tempo", pois o atual programa de assistência à Grécia expira a 30 de junho, mas disse que "ainda é possível alcançar um acordo", desde que a Grécia apresente, finalmente, propostas consideradas "credíveis" pelos seus parceiros e credores, o que não sucedeu também hoje.
Segundo o presidente do fórum de ministros das Finanças da zona euro, "a bola está do lado da Grécia" e é às autoridades gregas que cabe "apresentar novas propostas nos próximos dias", mas que devem ser "credíveis" e no quadro do acordo estabelecido entre Atenas e os seus parceiros no Eurogrupo de 20 de fevereiro, quando foi decidido prolongar o programa à Grécia por mais quatro meses, que estão prestes a chegar ao fim.
Entretanto, após o Eurogrupo em que a discussão da Grécia demorou cerca de uma hora, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, convocou uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da zona euro para a próxima segunda-feira, para uma discussão urgente sobre a Grécia ao mais alto nível.
Para preparar essa cimeira deverá ser necessária outra reunião do Eurogrupo, a qual poderá acontecer por teleconferência.
A reunião de hoje dos ministros das Finanças da zona euro, no Luxemburgo, terminou sem qualquer acordo nem avanços nas negociações entre a Grécia e os seus parceiros e credores, quando faltam menos de duas semanas para terminar o atual programa de assistência, a 30 de junho, que é também a data limite para Atenas pagar ao FMI 1,6 mil milhões de euros
Na conferência de imprensa final, o comissário europeu para os assuntos económicos, Pierre Moscovici, usou um tom 'duro' para com a Grécia.
"Esperava que esta reunião fosse útil, mas não tenho certeza de poder usar esse termo", afirmou o político francês, que lançou um "apelo" em nome da Comissão Europeia ao Governo grego para ir para a "mesa de negociações de maneira construtiva, aceitar compromissos razoáveis" e, assim, "evitar a catástrofe".
Pela sua parte, a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, disse que o importante agora é "restaurar o diálogo" e que esse seja feito com "adultos na sala".
Os líderes europeus e do FMI referiram por várias vezes que esperam agora por novas propostas da Grécia e que essas sejam "credíveis".
Faltam menos de duas semanas para expirar o programa de assistência financeira a Atenas e da data limite para a Grécia pagar 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional, ambas a 30 de junho.
As reformas que mais afastam Atenas e credores de chegarem a um acordo têm que ver com cortes nas pensões e subidas no IVA, especialmente nos medicamentos e eletricidade. No excedente orçamental primário (diferença entre as receitas e despesas das contas públicas, excluindo os juros) há um entendimento no valor a alcançar, mas é preciso concordar nas medidas para lá chegar.
O Governo grego quer ainda uma estratégia para lidar com a elevada dívida do país, o que poderia ser feito através de uma nova reestruturação da dívida.