A Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) afirmou, esta quinta-feira, que "está revoltada" com o pré-aviso de greve apresentado pelo sindicato dos estivadores do Porto de Lisboa, de 20 de abril a 5 de maio.
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Em comunicado, a Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) diz que "está revoltada com um novo pré-aviso de greve ao trabalho portuário no Porto de Lisboa quando tudo apontava para que finalmente se chegasse à paz e à construção do futuro" e manifesta ainda a sua "indignação", condenando aquilo que considera ser um "atentado ao Porto de Lisboa".
A AGEPOR considera que "esta greve e este processo não servem os interesses dos trabalhadores" e reitera que há muito tempo que "clama por um acordo que trave o declínio do Porto de Lisboa".
"Ultrapassa a nossa capacidade de compreensão que o mesmo não tenha sido atingido. A quem serve esta greve?", lança a associação que representa os agentes de navegação portuária.
O sindicato dos estivadores entregou um pré-aviso de greve à prestação de trabalho no Porto de Lisboa, com incidência nos portos de Setúbal e da Figueira da Foz, entre 20 de abril e 05 de maio.
esta greve e este processo não servem os interesses dos trabalhadores
Em comunicado enviado esta quinta-feira, o Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal indicou que o pré-aviso de greve abrange todos os trabalhadores que exercem a sua atividade profissional na área do Porto de Lisboa e também nos portos de Setúbal e da Figueira da Foz.
O sindicato declarou greve à prestação de trabalho naqueles portos a partir da meia-noite do dia 20 de abril de 2016 e até às 8 horas do dia 5 de maio de 2016, devido à falta de entendimento com os operadores do Porto de Lisboa em fechar um novo contrato coletivo de trabalho.
Desde 14 de novembro, o sindicato tem vindo a entregar sucessivos pré-avisos de greve
De acordo com o sindicato, a paralisação irá centralizar-se no Porto de Lisboa e estender-se aos portos de Setúbal e da Figueira da Foz, para abranger cargas ou navios que possam vir a ser desviados para aí devido ao contexto de greve.
Desde 14 de novembro, o sindicato dos estivadores tem vindo a entregar sucessivos pré-avisos de greve, que se prolongavam pelo menos até 31 de janeiro.
Na terça-feira passada, o Governo lamentou a ausência de um acordo entre os trabalhadores e os operadores do Porto de Lisboa para um acordo coletivo de trabalho, apesar de ter havido consensos noutras matérias.
"Lamenta-se que tendo conseguido a conciliação em matérias determinantes neste conflito laboral não tenha sido possível alcançar, até agora, o compromisso nas matérias que se identificaram", refere um comunicado do Ministério do Mar.