Ricardo Salgado enviou, esta quinta-feira, uma carta ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso BES, demonstrando desagrado com o facto do governador do Banco de Portugal ter escrito a Fernando Negrão ainda no decurso da sua audição na última terça-feira. Na carta, Salgado reafirma o que disse no Parlamento sobre a possível saída da liderança do banco.
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O ex-presidente do BES afirma que tentou "esclarecer, com total transparência e objetividade" as questões colocadas" e explica em quatro pontos os momentos que revelam a sua disponibilidades para abandonar a liderança do grupo.
Salgado garante que esteve "sempre disponível" para alterar a "Governance do Banco" e que isso está claro na carta que enviou ao governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, de 7 de abril. Ainda assim, Ricardo Salgado refere que a questão não está relacionado com a avaliação da sua idoneidade, já que, nesse caso, teria de imediato "cessado funções".
Salgado lembra ainda que a 20 de junho de 2014, voltou a abordar com o Banco de Portugal a indicação de Amílcar Morais Pires para CEO do BES, "com o propósito de solicitar a autorização urgente do Senhor Governador para divulgar publicamente esta matéria".
Na carta dirigida a Fernando Negrão, Salgado mostra disponibilidade para regressar à Comissão Parlamentar de Inquérito.
Na carta enviada esta quinta-feira, o ex-presidente do BES demonstra desagrado com a missiva enviada por Carlos Costa a Fernando Negrão, ainda não tinha acabado a sua inquirição.
O ex-líder do BES afirma que vai abster-se de comentários "fora de sede própria" sobre "os aspetos semânticos com que os factos são interpretados numa outra carta, data de 10 de dezembro de 2014", que foi enviada pelo governado do Banco de Portugal como resposta à sua audição.