O PSD reagiu esta terça-feira ao negócio da venda de imóveis pelo Novo Banco a um fundo de investimento com sede nas ilhas Caimão. Rui Rio diz que Governo "vai ter de correr atrás do prejuízo" e que os portugueses estão a ser gozados.
Corpo do artigo
Após se saber que o Estado poderá ter financiado, através do Fundo de Resolução, as perdas da venda de 13 mil imóveis pelo Novo Banco ao fundo de investimento nas ilhas Caimão -- imóveis foram avaliados em 631 milhões de euros e foram vendidos por 364 milhões -- o presidente do PSD pede uma investigação do Ministério Público. "Isto é ainda mais grave do que eu pensava", disse em conferência de imprensa.
12472762
Rui Rio diz que o Governo "vai ter de correr atrás do prejuízo", já que o "Estado português já deu dinheiro" antes de saber o que estava a pagar. "É muito dinheiro dos nossos impostos. Isto é gozar com a cara dos portugueses", acrescentou o presidente do PSD. "Depois de tudo o que aconteceu no BES, ainda tiveram a lata de chamar um banco bom [em referência ao Novo Banco]".
Questionado sobre o pedido do primeiro-ministro António Costa à Procuradoria-Geral da República (PGR) para desenvolver os procedimentos necessários para proteger os interesses do Estado face ao Novo Banco, Rui Rio considerou a ação positiva, mas ainda insuficiente para as últimas informações que têm saído sobre esta entidade bancária. "Sim, evitar que no futuro se faça mais isto, mas acima de tudo apurar o que se fez. O dinheiro, entretanto, já vai não sei aonde, já vai nas ilhas Caimão", disse.
12474506
Além da necessidade de ser feita uma investigação do Ministério Público, o líder dos sociais-democratas considera igualmente que deve ser realizado um inquérito parlamentar. "Dá-me ideia que isto vai carecer também de uma investigação política para aferir verdadeiramente o nível de responsabilidade do Governo: o Governo assume que recebia a fatura e entregava o dinheiro e houve até uma dessintonia entre o então ministro das Finanças [Mário Centeno] e o primeiro-ministro", defendeu.