Os lucros do grupo financeiro espanhol Santander alcançaram os 11.076 milhões de euros em 2023, um valor recorde e 15% superior ao de 2022.
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Só no último trimestre do ano passado, entre outubro e dezembro, o Santander, que é dono em Portugal do Santander Totta, teve lucros de 2933 milhões de euros, mais 28% do que no mesmo período de 2022, segundo os resultados comunicados hoje pelo banco às autoridades espanholas.
Em comunicado, o Santander atribuiu os resultados do ano passado "ao forte crescimento das receitas, especialmente na Europa, ao aumento do número de clientes e a um bom controlo de custos, que neutralizou o aumento previsto das dotações". Em 2022, as receitas do banco aumentaram 13% e chegaram aos 57.647 milhões de euros.
Quanto ao crédito concedido pelo Santander, e num contexto de aumento de taxas de juro, diminuiu globalmente 1% no ano passado, embora os empréstimos ao consumo tenham crescido 6%.
O banco atribui esta evolução do crédito por os clientes terem usado "o excesso de depósitos para amortizar dívida", em especial empréstimos à habitação, e diz que a taxa de morosidade (atrasos e incumprimentos no pagamento das prestações) se manteve "praticamente estável" nos 3,14%. "Os recursos dos clientes (depósitos e fundos de investimento) cresceram 4%, com um aumento dos depósitos de 2%", apoiado tanto nos clientes particulares como nas empresas", diz o Santander, no comunicado divulgado hoje.
O Santander,"um dos maiores bancos do mundo", como refere o comunicado, está presente na Europa, na América do Norte e na América do Sul e diz que "a diversificação geográfica e do negócio do grupo continua a impulsionar um crescimento consistente e rentável". O banco destaca "o forte crescimento na Europa em 2023", onde teve lucros de 5482 milhões de euros, mais 45% do que em 2022.
Só em Espanha, os lucros aumentaram 52%, para os 2371 milhões de euros, enquanto no Reino Unido cresceram 13%, para os 1545 milhões de euros. Ainda na Europa, aumentaram os clientes (quase mais um milhão, com destaque para o mercado espanhol), mas os créditos e depósitos diminuíram "devido às taxas de juro mais altas e a amortizações antecipadas" de crédito. Segundo o banco, na Europa, as amortizações de empréstimos antecipadas e os fundos de investimento dos clientes cresceram 12% em 2023.
O Santander fechou 2023 com mais de 212 mil trabalhadores e 165 milhões de clientes em todo o mundo. Citada no comunicado de hoje, a presidente do Santander, Ana Botín, destacou que em 2023 o banco "alcançou todos os objetivos" que tinha e conseguiu "excelentes resultados". E afirmou convencida de que 2024 "será ainda melhor", apesar dos "maiores riscos geopolíticos e da desaceleração da economia global".