A CP espera que esta segunda-feira não haja comboios a circular na maior parte do país, devido à greve de 24 horas dos revisores e operadores de bilheteira.
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"Amanhã não deverá haver comboios a circular na maior parte do país", disse à agência Lusa a porta-voz da CP-Comboios de Portugal, Ana Portela, que espera que a supressão das circulações possa atingir "a ordem dos 100%".
Deste modo, os serviços Intercidades, Regionais e Urbanos deverão sofrer elevadas perturbações, enquanto os comboios Alfa Pendular vão ficar totalmente paralisados por opção da empresa: "A CP prefere fazer Intercidades em vez de Alfa Pendulares, porque levam mais pessoas e param em mais estações", explicou a porta-voz.
A greve de 24 horas desta segunda-feira dos revisores e operadores de bilheteira da CP é convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).
Em declarações à Lusa, o presidente do sindicato, Luís Bravo, afirmou esperar que um taxa de adesão "enorme" uma vez que os trabalhadores "não entendem" que ainda não tenha sido posto em prática o acordo assinado, a 21 de Abril, entre a Comissão Executiva da CP e os sindicatos que representam os trabalhadores da empresa.
Além disso, os grevistas discordam da redução, a partir de 1 de Junho, da oferta de comboios das áreas urbanas, com especial incidência nas linhas urbanas de Cascais e de Sintra.
"No verão, os comboios destas linhas andam quase sempre esgotados por causa das praias. A CP, em vez de aumentar os comboios, como fez o ano passado, vai suprimir e perder muita receita", afirmou, considerando que esta decisão vai aumentar o défice da empresa.
Além dos revisores e operadores de bilheteira, este fim-de-semana estiveram em greve às horas extraordinárias os trabalhadores da CP e CP Carga, assim como os maquinistas da CP, cujos protestos se prolongam até 30 de Junho.
Segundo José Manuel Oliveira, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, neste dois dias as perturbações "não foram significativas" uma vez que não é ao fim-de-semana que a empresa mais recorre ao trabalho extraordinário.
Também António Medeiros, presidente do Sindicato dos Maquinistas, referiu que, apesar da "grande adesão", os efeitos foram "escassos".
Em declarações à Lusa, a porta-voz da CP disse que no sábado houve oito supressões de comboios em cerca de 1700 realizados, enquanto hoje foram cancelados dez.
No entanto, adiantou que "sobretudo ao final do dia, as supressões já são efeito da greve dos revisores", uma vez que alguns turnos que terminam na segunda já começaram.
Além de segunda-feira, a CP alerta para "fortíssimas perturbações" na sexta-feira, 3 de Junho, devido às greves dos maquinistas entre as 5:00 e as 9:00 nos serviços urbanos de Lisboa e Porto e entre as 17:00 e as 23:00 nos regionais e de longo-curso.
Além disso, durante o mês de Junho, há greve dos maquinistas em todos os feriados, sejam nacionais (10 e 23 de Junho) ou municipais. No caso dos feriados concelhios, como Lisboa (13) e Porto (24), é esperada perturbação nos comboios que circulam nestas regiões.