A greve geral que a UGT e a CGTP marcaram para 24 de Novembro é a segunda conjunta das centrais sindicais e a sétima realizada em Portugal nos últimos 29 anos.
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As duas centrais sindicais juntaram-se, tal como há um ano, para protestar contra as novas medidas de austeridade e consideraram que a melhor resposta a dar em conjunto seria a concretização de uma greve geral.
A CGTP e a UGT convocaram, pela primeira vez, uma greve geral em conjunto em Outubro de 2010, que se concretizou a 24 de Novembro do ano passado, também contra as medidas de austeridade aplicadas, na altura, pelo Governo socialista.
No entanto, a data do protesto do ano passado foi decidida pela Intersindical, que a anunciou a 1 de Outubro, no dia do seu 40ºaniversário, acabando a UGT por aderir. Desta vez a aproximação das centrais sindicais aconteceu depois de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter anunciado, na passada quinta-feira, um novo pacote de austeridade no âmbito do combate ao défice público que consta do Orçamento do Estado (OE) para 2012, entretanto entregue na Assembleia da República.
Entre outras medidas, da proposta de OE consta a eliminação do subsídio de férias e de Natal para os trabalhadores do sector público e reformados que recebam mais de mil euros por mês, enquanto durar o programa de ajustamento financeiro, ou seja, até ao final de 2013.
O chefe do Governo anunciou, também, que o Executivo vai reduzir o número de feriados e permitir que as empresas privadas aumentem o horário de trabalho em meia hora por dia, sem remuneração adicional.
Ao longo dos últimos 29 anos a CGTP fez seis greves gerais e a UGT duas. A primeira greve, a 12 de Fevereiro de 1982, foi contra o pacote laboral que o Governo tentou impor, retirando direitos aos trabalhadores.
Por isso, a CGTP pediu a demissão daquele Executivo. Na altura, a paralisação contou com a participação de 1,5 milhões de trabalhadores. No mesmo ano, a 11 de Maio, realizou-se outra greve geral pelo mesmo motivo, mas acrescentando o protesto contra a repressão policial que causou dezenas de feridos e 2 mortos no Porto, na véspera do 1.º de Maio.
O pacote laboral do Governo de Cavaco Silva deu o mote para a terceira greve geral em democracia, a 28 de Março de 1988, que contou com a adesão da UGT.
Para tentar impedir a aprovação do Código do Trabalho de Bagão Félix, a CGTP promoveu uma nova greve geral a 10 de Dezembro de 2002, que contou com a participação de 1,7 milhões de trabalhadores.
A quinta greve, a 30 de Maio de 2007, foi de protesto contra a revisão do Código do Trabalho feita pelo Governo PS, que a Intersindical considera ter agravado ainda mais a legislação laboral.
A primeira greve geral nacional realizou-se em Portugal, em Janeiro de 1912, em defesa de melhores salários.