Seguro diz-se preocupado com execução orçamental

"Há vários sinais de alerta a tocarem no que diz respeito à execução orçamental", afirmou aos jornalistas em Resende, quando questionado sobre um relatório divulgado pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças, segundo o qual os prejuízos das empresas públicas quase duplicaram no primeiro trimestre de 2012, atingindo 240 milhões de euros.

Na opinião de António José Seguro, "um desses sinais de alerta" soou quando a Unidade Técnica de Apoio Orçamental do Parlamento português disse que as contas do primeiro trimestre apontavam para um défice de 7,4%.

"Isso significa que, a confirmar-se essa tendência, os sacrifícios exagerados que estão a ser pedidos aos portugueses por parte deste Governo nem sequer chegam para cumprir o objetivo", lamentou.

Neste âmbito, reiterou que "o Governo tem que mudar de caminho" e "colocar como prioridade o emprego e o crescimento económico".

O secretário-geral do PS lamentou que o Governo esteja a colocar Portugal no caminho errado "na dose, no ritmo e na prioridade".

Lembrou que defende "um ritmo diferente para a consolidação das contas públicas, com pelo menos mais um ano", e também disciplina e rigor orçamental, mas não, "como o primeiro-ministro, austeridade a qualquer preço".

António José Seguro considerou importante que a "troika" (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) tenha aprovado o envio de mais uma tranche de quatro mil milhões de euros do pacote de assistência (cujo montante total é de 78 mil milhões de euros), mas realçou que Portugal não tem "um único caminho" para cumprir os seus compromissos.

"Há pelo menos dois caminhos alternativos, o do atual Governo, que é a austeridade a qualquer preço", e outro, defendido pelo PS, que dê prioridade ao emprego e ao crescimento económico e seja capaz de cumprir os objetivos, "mas fazê-lo de uma forma inteligente", acrescentou.